Folha de S. Paulo


Grécia ameaça dar calote no FMI no mês que vem

O governo grego voltou a ameaçar com a possibilidade de um calote ao FMI, dizendo que, sem um acordo de resgaste, não consegue manter em dia suas contas com o funcionalismo e aposentados e ao mesmo tempo pagar o € 1,6 bilhão ao Fundo que vence em junho.

"O dinheiro não está lá", disse o ministro do Interior, Nikos Voutsis; "Ele não está lá para ser dado."

Segundo ele, os credores gregos (FMI e União Europeia) estão pressionando o governo a fazer concessões inaceitáveis nas negociações de um pacote de resgate para liberar a ajuda de € 7,2 bilhões que está congelada desde o ano passado.

No início do mês, o premiê grego, Alexis Tsipras, fez ameaça semelhante em carta enviada à diretora-gerente do FMI,Christine Lagarde.

Na ocasião, primeiro-ministro disse que o governo não faria o pagamento ao Fundo de € 750 milhões que venceriam neste mês. No entanto, a Grécia acabou pagando o FMI, usando dinheiro que o país tem em uma conta emergencial no próprio organismo internacional.

Como não é a primeira vez que Atenas faz esse tipo de ameaça, muitas autoridades europeias deixaram de dar crédito, considerando-as uma tática de negociação.

Mas uma autoridade grega, que conhece a situação financeira do governo e pediu para não ter seu nome revelado, afirma que a administração Tsipras não tem condições de fazer os pagamentos ao FMI de junho –serão quatro parcelas de mais de € 300 milhões.

"Está claro que os pagamentos de junho não poderão ser feitos se não houver financiamento externo", disse a autoridade.

O governo grego está sob pressão dos credores internacionais. Eles querem que Atenas aceite novos cortes e reformas em troca de mais financiamento.


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