Folha de S. Paulo


Metalúrgicos da GM entram em greve contra possível demissão de 794 em SP

Metalúrgicos da montadora GM (General Motors) de São José dos Campos decidiram em assembleia na manhã desta sexta-feira (20) iniciar greve por tempo indeterminado. O motivo, de acordo com o sindicato, é a possibilidade de demissão de 794 funcionários.

Segundo Luiz Carlos Prates, secretário geral do Sindmetalsjc (Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos) os funcionários decidiram pela paralisação depois de uma oferta de dois meses de lay-off (suspensão temporária do contrato de trabalho) para os 794 funcionários que não garantia estabilidade no emprego ao término do período.

Um grupo com essa mesma quantidade de funcionários voltou recentemente de um período de cinco meses de estabilidade, mas com garantia de estabilidade por seis meses.

Na interpretação do sindicato, a nova proposta da GM significava, na prática, a demissão ao fim do período de dois meses. "Já temos experiência e sabemos como funciona: o funcionário sai para não voltar", disse Prates.

Os funcionários votaram por ficar dentro da empresa, mas de braços cruzados, e uma nova assembleia foi marcada para as 5h30 de segunda-feira para deliberar sobre a continuidade da greve.

Em nota, a GM afirmou que sua proposta não foi integralmente apresentada aos empregados pelo sindicato e que, em função disso, tomará "as medidas legais cabíveis". O sindicato afirma que apresentou a proposta integralmente e que informou aos funcionários a contraproposta de que o lay-off fosse seguido de um período de estabilidade.

Um pedido de dissídio coletivo foi protocolado pela GM no Tribunal de Campinas, e uma audiência de conciliação foi agendada para a próxima terça (24), às 15h30. "A expectativa da empresa é que os empregados retornem ao trabalho imediatamente", informa a nota.

No começo do mês, a empresa confirmou ter planos de demitir 1.500 funcionários em São Caetano (SP) e São José dos Campos. Dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) apontam redução de 14% na produção nacional de automóveis em janeiro deste ano comparado com o mesmo mês de 2014 e corte de 12.774 vagas no período.

A unidade tem 5.200 trabalhadores e produz 300 veículos por dia. No último dia 13, 798 funcionários voltaram de férias coletivas que ocorriam desde setembro. Segundo o sindicato, todos esses têm garantia de estabilidade no emprego até 7 de agosto.

A entidade afirma que entrou em contato com o ministério do Trabalho, para que faça a intermediação das negociações com a GM.


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