Folha de S. Paulo


Centrais sindicais fazem manifestação contra cortes em benefícios sociais

As centrais sindicais organizaram na manhã desta quarta-feira (28) uma manifestação na avenida Paulista, em São Paulo, para protestar contra as Medidas Provisórias 664 e 665, que restringirão benefícios sociais caso sejam aprovadas pelo Congresso.

O movimento sindical, que já está em negociação com o governo, promete novos atos se as medidas não forem retiradas.

"Ou o governo retrocede e volta ao equilíbrio, ou vamos endurecer. Queremos um governo de trabalho decente", disse Ricardo Patah, presidente da UGT.

Danilo Verpa/Folhapress
Protesto das maiores centrais sindicais do pais em ato na avenida Paulista
Protesto das maiores centrais sindicais do pais em ato na avenida Paulista

Miguel Torres, da Força Sindical, disse que movimentos sindicais de todas as capitais brasileiras estão se mobilizando contra a medida provisória.

"Precisamos resistir. Isso pode ser só a ponta de um iceberg. Esse governo tinha nos prometido que se fosse haver mudanças, elas seriam debatidas. Mas nos fomos traídos. Apunhalados pelas costas."

A polícia estima que cerca de 2.000 pessoas participaram do ato. Segundo a CET, às 11h55, o grupo ocupava todas as faixas da avenida no sentido Paraíso na altura da rua Pamplona.

SUL DO PAÍS

Em Curitiba, metalúrgicos também participaram de um protesto nesta quarta-feira (28) contra as demissões no setor.

Pela manhã, eles bloquearam o trânsito em vias de acesso a cidade, como a BR-277. Em Porto Alegre, a manifestação foi menor, na região central da cidade.

NOVOS CORTES

A equipe econômica do governo avalia que será obrigada a fazer um corte maior de gastos para compensar uma economia menor que o previsto com as novas regras do seguro-desemprego.

Pressionado pelas centrais sindicais, o governo de Dilma Rousseff reconhece que precisará ceder na proposta original, o que reduzirá o ganho de R$ 9 bilhões esperado inicialmente com a medida.

A Folha apurou que a primeira opção para compensar o recuo é aumentar o tamanho do corte de gastos a ser definido após a aprovação do Orçamento da União pelo Congresso. Cálculos iniciais apontavam uma redução de R$ 27 bilhões neste ano.


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