Folha de S. Paulo


Dilma fala em recuperação 'tênue' da economia internacional

A presidente Dilma Rousseff afirmou, em reunião da cúpula da Unasul, que a recuperação da economia internacional "ainda é tênue". Diante do cenário desfavorável, ela defendeu maior integração regional.

"Temos um quadro difícil na Europa, uma recessão no Japão, uma recuperação nos EUA, mas ainda uma recuperação que não mostra toda sua força", afirmou a presidente. "Por isso é importante que os países da região tenham capacidade de se integrar e cooperar cada mais."

Esse movimento deve ocorrer, segundo ela, com maior desenvolvimento de infraestrutura logística e energética, para aproximação física dos vizinhos.

O empenho na integração ganha importância em um cenário "cada vez mais conturbado pelas incertezas de ordem política e econômica", ponderou Dilma.

A presidente destacou que a crise internacional "afetou profundamente" o Brasil. "Todos nós sabemos que a recuperação da crise que começou lá atrás, em 2008, ainda é tênue", disse.

Santiago Armas/Xinhua
O presidente do Equador, Rafael Correa, conversa com a presidente Dilma antes de encontro da Unasul em Quito
O presidente do Equador, Rafael Correa, com a presidente Dilma antes de encontro da Unasul em Quito

As avaliações foram feitas em Quito, capital do Equador, onde foi inaugurado ontem o edifício-sede da Unasul, bloco que reúne as 12 nações da América do Sul.

Em seu discurso, a presidente também defendeu maior diversidade da produção local, "sob pena de ficarmos presos ao círculo vicioso da mera exportação de matérias-primas".

"Não basta considerar esses recursos [naturais] apenas como grande vantagem comparativa regional. É preciso transformar esses recursos em ferramentas efetivas de diversificação produtiva e desenvolvimento social, sob pena de ficarmos presos ao circulo vicioso da mera exportação de matérias-primas", argumentou.

Para Dilma, o cenário atual de queda nos preços das commodities exige essa mudança. "Principalmente no caso de petróleo, o desafio do desenvolvimento é ainda maior. Temos diante de nós compromissos históricos a cumprir, tarefas cuja realização será crucial para o nosso futuro."

PIB

Mais tarde, questionada por jornalistas sobre possível preocupação com a redução da projeção do governo para o crescimento do PIB em 2015 para 0,8%, Dilma disse: "Sempre a gente tem de estar preocupado com tudo. Não tem algo que ocorra que não se preocupe. É intrínseco da condição de presidente".


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