Folha de S. Paulo


Desemprego no país recua e fica em 4,7% em outubro, diz IBGE

A taxa de desemprego no país foi de 4,7% em outubro, divulgou nesta quinta-feira (23) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O desemprego apresentou recuo em relação à taxa de setembro, que foi de 4,9%. O indicador também ficou abaixo do verificado em igual período do ano passado, quando a taxa foi de 5,2%.

A taxa veio abaixo da média das estimativas de analistas consultados pela agência Reuters, de 4,9%.

A PME (Pesquisa Mensal do Emprego) abrange seis regiões metropolitanas do país –São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife e Porto Alegre.

O percentual de outubro é o menor para o mês desde o início da série, em 2002, e também o mais baixo desde dezembro do ano passado, quando o indicador ficou em 4,3%.

O principal motivo para a melhora no indicador foi a criação de 175 mil postos de trabalho na passagem de setembro para outubro. Houve aumento do pessoal ocupado em seis dos sete setores da economia pesquisados pelo IBGE na comparação mês a mês, o que contribuiu para que 23,2 milhões de pessoas estivessem empregadas em outubro.

"O aumento do emprego foi espalhado nas diversas áreas econômicas do país, com aumento na população ocupada e na redução do número de pessoas na fila do emprego", disse a técnica do IBGE, Adriana Araújo Beringuy.

A maior parte das pessoas que ingressaram no mercado fazia parte da chamada população não economicamente ativa, formada por desempregados que não estão procurando emprego. Esse contingente, que atingiu 19 milhões de pessoas, teve queda de 0,6%, equivalente a 119 mil pessoas. Quarenta e uma mil pessoas que estavam desempregadas, mas em busca de emprego, conseguiram ingressar no mercado de trabalho em outubro.

Editoria de Arte/Folhapress
Taxa mensal de Desemprego
Taxa mensal de Desemprego

A população desocupada em outubro (desempregados, mas que estão em busca de emprego) foi de 1,14 milhão de pessoas, queda de 3,5% em relação a setembro e de 10,1% ante de outubro de 2013. Em setembro, o contingente de desocupados foi de 1,18 milhão de pessoas. Em outubro de 2013, esse volume era de 1, 27 milhão.

A população ocupada atingiu 23,2 milhões, alta de 0,8% em relação a setembro, quando o volume era de 23,1 milhões. O número não teve variação frente a igual período do ano passado.

SETORES

Numericamente, o setor de educação, saúde e administração pública foi o que mais contribuiu com novos funcionários, 61 mil no período. A construção civil foi o segmento que teve maior ganho percentual em sua força de trabalho, com aumento de 3,1% e acréscimo de 55 mil postos de trabalho.

"O crescimento foi generalizado nas diversas áreas da economia, à exceção do comércio que, à despeito da sazonalidade de final de ano, está perdendo vagas, sem um motivo que conseguimos identificar ainda na pesquisa", disse.

O comércio teve uma baixa de 32 mil postos de trabalho, contrariando a tendência de contratação para as festas de final de ano. Em 2014, o comércio acumula cortes de 174 mil postos, que migraram.

Houve aumento de 3% dos trabalhadores por conta própria e queda no contingente de pessoas com e sem carteira assinada, de 0,3% e 1,9%, respectivamente.

A taxa de desemprego variou pouco ao longo deste ano. Em janeiro o indicador era de 5,1%, o maior visto neste ano até o momento. A taxa desacelerou nos meses seguintes e teve um pico de 5% em agosto. Em seguida voltou a cair.

COMPARAÇÃO ANUAL

Na comparação de outubro com igual período de 2013, houve redução de mil postos de trabalho, o que o IBGE considera como estabilidade. Enquanto a população desocupada recuou em 128 mil pessoas, houve aumento no contingente de pessoas que não trabalham, mas também não buscam emprego. De acordo com o IBGE, 600 mil pessoas passaram a essa condição em outubro frente a igual período do ano passado.

Esse aumento está ligado à maior renda dos trabalhadores. Como os chefes de famílias estão com mais dinheiro, os jovens podem postergar sua entrada no mercado de trabalho para estudar mais, por exemplo. Ou os mais velhos que podem decidir não voltar a trabalhar depois da aposentadoria. E ainda as mulheres que decidem ter mais tempo para cuidar dos filhos.

RENDA

O rendimento médio real dos trabalhadores em outubro foi de R$ 2.122,10 acima dos R$ 2.075,39 verificados em setembro. No mesmo período do ano passado, o rendimento médio era de R$ 2.041,10. O rendimento de outubro foi o maior verificado na série histórica iniciada em março de 2002.

O maior aumento do rendimento foi verificado no setor da indústria, de 6,4% em outubro frente a setembro e de 6,1% ante igual período do ano passado. O crescimento ocorre à despeito do mau momento do setor industrial, que tem verificado redução na produção. Em outubro, contudo, houve a contratação de 26 mil pessoas. Na comparação anual, porém, a dispensa atinge 126 mil pessoas.

"Pode-se dizer que ainda que essa atividade esteja produzindo menos, os trabalhadores estão ganhando mais", disse Beringuy.


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