Folha de S. Paulo


Bolsa e dólar fecham perto da estabilidade em dia de volume fraco

Após oscilarem muito ao longo da sessão, a Bolsa e o dólar fecharam praticamente estáveis nesta quarta-feira (22), em dia de volume fraco e com os investidores analisando a última pesquisa Datafolha e o rebaixamento da nota da Petrobras pela agência de classificação de risco Moody's.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou com leve baixa de 0,04%, a 52.411 pontos. Foi o terceiro dia seguido de baixa do índice. Das 70 ações negociadas no índice, 24 caíram, 40 subiram e seis encerraram o dia estáveis. O volume financeiro no pregão foi de R$ 7 bilhões, abaixo da média diária de outubro, que foi de R$ 10,9 bilhões até o dia 21.

O dia foi marcado por instabilidade no mercado acionário local. Na máxima, a Bolsa brasileira chegou a subir 1,52%, mas perdeu força e encerrou com leve queda.

Duas das principais notícias do dia –o rebaixamento da nota da Petrobras pela Moody's e a última pesquisa Datafolha, que confirma a vantagem da presidente Dilma Rousseff (PT) em relação a Aécio Neves (PSDB) –passaram praticamente despercebidas no pregão.

Na noite de terça-feira, a agência Moody's rebaixou a nota da Petrobras de Baa1 para Baa2, considerada mediana, e colocou a avaliação em perspectiva negativa, apontando como motivo o forte endividamento da empresa. A notícia, porém, teve pouco impacto sobre os papéis da estatal ao longo do pregão.

Os papéis preferenciais da empresa, os mais negociados, chegaram a subir 3,4%, mas fecharam com queda de 0,42%, a R$ 16,61. As ações ordinárias, com direito a voto, encerraram o dia com queda de 0,86%, a R$ 16,05, mesmo após se valorizarem também 3,4%. Ambas as ações acumulam alta superior a 30% desde março.

Uma das razões apontadas para isso é que o rebaixamento já estava precificado, afirma Roberto Indech, analista da corretora Rico. "O mercado já enxergava a possibilidade de rebaixamento por uma agência de classificação de risco, principalmente pelo alto endividamento da companhia", afirma.

Já a divulgação do Datafolha não teve muita influência porque o cenário apresentado não se alterou, afirma Pedro Galdi, estrategista da SLW Corretora. "Foi um dia de respiro depois de duas quedas. Como estamos em reta final de eleições, o mercado aguarda algum fato novo para repercutir, e a pesquisa veio igual à anterior", diz.

Os dados do Datafolha divulgado na terça-feira são quase idênticos aos da pesquisa da segunda, um dia antes. Em votos válidos, Dilma registrou 52%; Aécio Neves (PSDB), 48%. Empate técnico no limite máximo da margem de erro, de dois pontos.

AÇÕES

Com baixa de 4,67%, os papéis da ALL - América Latina Logística registraram a maior desvalorização do Ibovespa. No sentido oposto, as ações da JBS tiveram a maior alta do dia, após subirem 3,01%.

As ações do Banco do Brasil fecharam com queda de 2,31%, a R$ R$ 27,45. As ações preferenciais da Eletrobras caíram 3,10%, a R$ 9,06, enquanto as ordinárias tiveram desvalorização de 2,86%, a R$ 6,11.

No setor financeiro, as ações do Itaú Unibanco caíram 0,21%, a R$ 33,78, enquanto os papéis preferenciais do Bradesco subiram 0,23%, a R$ 34,90.

As ações da mineradora Vale também subiram na sessão. Os papéis preferenciais tiveram alta de 0,35%, a R$ 23,18, enquanto os ordinários fecharam estáveis em R$ 26,76.

CÂMBIO

No mercado cambial, o dólar fechou com leve alta em relação ao real. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, subiu 0,29%, a R$ 2,484. O dólar comercial, usado no comércio exterior, avançou 0,12%, a R$ 2,480.

"O dia foi de volume fraco. Existe um pouco de cuidado com relação à incerteza que há em torno da eleição", afirma Sidnei Nehme, diretor da NGO Corretora de Câmbio.

"O dólar se comportou em linha com outras moedas, menos especulado e com mais cautela", avalia. Das 24 principais moedas emergentes, apenas seis se apreciaram em relação à divisa americana.

Nesta manhã, o Banco Central deu continuidade às atuações diárias no mercado cambial, oferecendo 4.000 contratos de swap (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro). Os contratos têm vencimento em 1º de junho e 1º de setembro de 2015. Foram vendidos 2.000 contratos para 1º de junho e 2.000 para 1º de setembro de 2015, com volume correspondente a us$ 196,7 milhões.

O BC também realizou mais um leilão de rolagem dos contratos de swap que vencem em 3 de novembro, com oferta de até 8.000 contratos. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 71% do lote total, equivalente a US$ 8,84 bilhões.


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