Folha de S. Paulo


Justiça francesa abre inquérito sobre morte de CEO da Total, diz agência

Procuradores de Paris abriram uma investigação de homicídio após a morte de Christophe de Margerie, presidente do grupo de petróleo francês Total, na queda de uma avião na Rússia, disse uma fonte do judiciário à Reuters nesta terça-feira (21).

Separadamente, a agência de investigação de acidentes francesa BEA disse que vai participar no inquérito sobre o acidente aéreo, enviando três investigadores a Moscou ainda nesta terça.

O ACIDENTE

De Margerie morreu quando seu jatinho privado bateu em um veículo de remoção de neve no momento em que decolava do aeroporto de Vnukovo, em Moscou, na noite de segunda-feira.

Em nota, grupo francês confirmou o acidente.

"Cinco pessoas morreram neste acidente, sendo três membros da tripulação, o piloto e Christophe de Margerie", assinala o comunicado da Total, terceira maior companhia de petróleo da Europa.

A agência russa de notícias TASS, que cita fontes da aviação civil, revelou que "os três membros da tripulação também eram franceses".

A TASS acrescentou que o avião bateu em um veículo de limpeza de neve durante a decolagem. Segundo investigadores russos, o motorista do veículo estava bêbado e não ficou ferido após a colisão.

Um funcionário do Comitê Investigativo, principal agência de investigação da Rússia, Tatyana Morozova, disse que o motoristas, controladores de tráfego aéreo e testemunhas já estão sendo questionadas na tentativa de esclarecer as circunstâncias do acidente.

O jato executivo Falcon-50 se acidentou no aeroporto de Vnoukovo às 23h58 (17h58 de Brasília) de segunda-feira, segundo o ministério de Situações de Emergência.

Vnoukovo é um dos três aeroportos internacionais de Moscou, situado a sudoeste da capital russa, e dispõe de um terminal para voos executivos.

BIOGRAFIA

Christophe de Margerie se tornou presidente da Total em 2010, coroando uma longa trajetória no grupo petroleiro que o levou ao comitê diretivo em 1992, antes de se converter em diretor-geral da Total para o Oriente Médio, três anos mais tarde.

Em 1999, após a fusão da Total com o grupo belga Petrofina, Margerie chegou à diretoria de Exploração e Produção, a mais importante da empresa.

Neste momento, Margerie entrou para o comitê executivo do grupo, cuja direção geral assumiu em 14 de fevereiro de 2007, no lugar de Thierry Desmarest, até chegar à presidência, em maio de 2010. Em 2012 foi reeleito até 2015.

Sob a presidência de Margerie, Total acelerou nos últimos anos os investimentos em exploração, para cumprir objetivos ambiciosos de crescimento da produção petroleira.

Na França, o grupo realizou uma forte reestruturação de atividades, com o fechamento da refinaria de Dunkerque, em 2010, e a reorganização da petroquímica de Carling, em Moselle, anunciada no ano passado.

Nascido em 6 de agosto de 1951, Jacquin era casado e tinha três filhos.


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