A multinacional norte-americana General Electric quer aproveitar a crise da água no Brasil para fazer novos negócios no país.
O presidente-executivo global da divisão de água e processos tecnológicos da empresa, Heiner Markhoff, esteve em Campinas (SP) nesta semana para visitar uma estação de água de reúso equipada pela GE.
Entre os atuais clientes da divisão de água da empresa,estão Petrobras, Hyundai, Malwee e Natura.
A GE quer agora ampliar a base de clientes entre concessionárias de água e esgoto, municipais e privadas.
Em entrevista à Folha, Heiner disse que o mercado brasileiro, ainda restrito a indústrias, tem potencial.
"Esperamos trabalhar com outras prefeituras e concessionárias para implementar nossa tecnologia de reúso [água sem qualidade para abastecimento humano, mas usada para outros fins, como agricultura ou indústria]."
Leticia Moreira - 17.set.2014/Folhapress | ||
O presidente-executivo global da divisão de água e processos tecnológicos da GE, Heiner Markhoff |
Em Campinas, a estação de água de reúso da Sanasa (empresa mista de água e esgoto do município) custou R$ 177 milhões e é capaz de transformar 365 litros de esgoto por segundo em água 99% pura.
A produção está atualmente em 60 litros/segundo, e a maior parte da água ainda é despejada no rio Capivari, tornando-o menos poluído. A Sanasa criou uma gerência de novos negócios para vender a água de reúso pela metade do preço da água tratada (ao preço de R$ 1,40 a cada mil litros).
Os primeiros clientes, que usam cerca de 100 mil litros por dia, são o aeroporto internacional de Viracopos, a Prefeitura de Campinas e o Corpo de Bombeiros da cidade. Contratos de mais 250 mil litros/dia devem ser fechados nesta semana, diz a empresa.
"Não encaramos mais como esgoto", diz Rovério Pagotto, gerente de planejamento e projetos da Sanasa. "É matéria-prima."