Folha de S. Paulo


Comércio fecha julho com maior queda mensal desde outubro de 2008

O comércio varejista do país registrou uma queda de 1,1% nas vendas em julho, em comparação com o mês anterior. É o pior resultado desde outubro de 2008, quando houve o estouro da crise global. Os dados foram divulgados pelo IBGE nesta quinta-feira (11).

O resultado aprofunda a perda do varejo, que há seis meses não registra crescimento. Em junho, as vendas já haviam recuado 0,7%.

Na comparação de julho com igual período de 2013, as vendas caíram 0,9%. Apesar da retração, no acumulado deste ano o resultado ainda é positivo, com alta de 3,5%. Na taxa de 12 meses encerrados em julho, o setor registrou uma alta de 4,3%.

O comércio foi um dos destaques negativos do PIB do segundo trimestre, puxado para baixo por conta do menor movimento provocado pela Copa, evento que reduziu os dias úteis e o horário de funcionamento no varejo, devido aos feriados em cidades-sede e a dispensa de trabalhadores durante os jogos.

Os dados de julho ainda mostram ainda os efeitos da Copa e indicam que a freada do consumo, já vista no PIB do segundo trimestre, pode se intensificar.

Editoria de Arte/Folhapress

SETORES

Dentre os setores pesquisados, os piores desempenhos de julho ficaram com supermercados e demais lojas de alimentos e bebidas, com perda de 1,3%, e móveis e eletrodomésticos, cujo recuo foi de 4,5%. Esses são os dois ramos de maior peso no comércio e ditaram, portanto, a retração das vendas do setor no período.

Excluindo lojas de alimentos e bebidas, o ramo de super e hipermercados registrou queda maior, de 1,5% na comparação com junho de 2014.

Frente a junho, também tiveram queda vestuário (0,1%) e outros artigos de uso pessoal e domésticos (0,4%).

Por outro lado, outras atividades tiveram bom desempenho e evitaram um tombo ainda maior do varejo em julho. É o caso da expansão das vendas de combustíveis (0,8%) e e equipamentos de informática (0,9%).

VAREJO AMPLIADO

O IBGE também mede o desempenho do chamado comércio varejista ampliado, que inclui setores cujas vendas também são destinadas ao atacado. Nesse caso, as vendas cresceram 0,8% em julho, na esteira da recuperação do setores de veículos e construção, que registraram expansão de 4,3% e 3,8%, respectivamente.

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CONFIRA O RESULTADO EM JULHO POR ATIVIDADE (EM %)

ATIVIDADES JUL/JUN JUL/JUL 2013 ACUMULADO NO ANO ACUMULADO 12 MESES
COMÉRCIO VAREJISTA -1,1 -0,9 3,5 4,3
Combustíveis e lubrificantes 0,8 -0,4 3,4 4,6
Hiper, supermercados, alimentos e bebidas -1,3 -0,1 3,0 3,2
Tecidos e calçados -0,1 -4,4 -1,3 0,9
Móveis e eletrodomésticos -4,1 -9,2 2,9 3,9
Artigos farmacêuticos e perfumaria 0,0 6,1 9,5 10,4
Informática e comunicação 0,9 -8,5 -3,8 2,2
Livros, jornais e papelaria 2,1 -12,4 -6,5 -3,6
Artigos de uso pessoal e doméstico -0,4 5,9 9,0 9,8
COMÉRCIO VAREJISTA AMPLIADO 0,8 -4,9 -0,6 1,1
Veículos e motos 4,3 -12,5 -8,6 -5,2
Material de construção 3,8 -3,2 1,2 3,4

Fonte: IBGE


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