Folha de S. Paulo


Funcionários de fast-food protestam por aumento e são presos nos EUA

Funcionários de restaurantes fast-food realizaram manifestações em cerca de 150 cidades dos Estados Unidos nesta quinta-feira (4) pedindo melhores salários, e organizadores disseram que 450 deles foram presos em vários locais, da Times Square, em Manhattan, a Los Angeles.

Cerca de 400 manifestantes lotaram a Times Square durante o horário de pico da manhã –a mais recente das ações em andamento que têm por objetivo aumentar o salário dos trabalhadores para US$ 15 por hora.

Eles ergueram cartazes com os dizeres "Unam-se pelos US$ 15 e direitos sindicais", e alguns fizeram um 'sit-in' (ocupar um lugar se sentando nos espaços disponíveis) em um restaurante McDonald's, o que levou a 19 prisões por desordem pública.

Protestos deste tipo foram realizados em outras cidades, e os organizadores afirmaram que foram feitas 465 detenções em Chicago, Detroit, Little Rock, Arkansas, Kansas City, Houston e Nashville.

Em Los Angeles, os manifestantes confrontaram os gerentes dentro de dois restaurantes McDonald's, e perto de Milwaukee a deputada Gwen Moore estava entre as 27 pessoas presas.

Latoya Walker, que trabalha em um McDonald's, vive em um abrigo de sem-teto no bairro nova-iorquino do Queens e ganha US$ 8 por hora, engrossou a passeata desta quinta-feira em nome de seus cinco filhos pequenos.

"Com US$ 15, conseguiria economizar o bastante para alugar uma casa para minhas crianças", afirmou.

Os organizadores das manifestações disseram que as ações desta quinta-feira foram as maiores até hoje, e tiveram por alvo grandes redes como McDonald's MCD.N, Burger King, Wendy's e KFC.

MÍNIMO

Em Kansas City, a manifestante Dana Wittman, de 38 anos, declarou que os US$ 9 por hora que recebe no Pizza Hut não bastam para sua família.

"Tenho que escolher entre pagar o aluguel e pôr comida no prato", disse.

As ações recorrentes, apoiadas pelos sindicatos e que começaram em Nova York, vêm ganhando fôlego desde o final de 2012. Elas ajudaram a despertar um debate nacional sobre o salário mínimo nos EUA, que está em US$ 7,25 por hora desde 2009, apesar dos esforços dos democratas no Congresso para aumentá-lo antes das eleições parlamentares de novembro.

Especialistas dizem que cerca de US$ 11 é a linha da pobreza para uma família de quatro pessoas.

A maioria dos restaurantes fast-food norte-americanos pertence a franquias, que estabelecem seus próprios salários e dizem que aumentar o valor pago por hora irá prejudicar seus negócios.


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