Folha de S. Paulo


Chery busca demitidos de outras montadoras para nova fábrica em SP

A montadora chinesa Chery inaugurou nesta quinta-feira (28) sua primeira fábrica nacional, na cidade de Jacareí (a 84 km de São Paulo).

De acordo com a empresa, foram investidos mais de R$ 1,2 bilhão no projeto. A promessa é produzir 50 mil carros em 2015 e até 150 mil veículos por ano até 2018, quando deverá empregar cerca de 3 mil funcionários.

A empresa, que ainda não encerrou o processo de contratação, tem buscado mão de obra entre ex-funcionários de outras fabricantes de veículos.

"Estamos analisando currículos de trabalhadores que foram demitidos de outras montadoras nesses últimos meses. Queremos absorver essa mão de obra, na medida do possível. O problema é que a oferta de empregados qualificados está maior do que a demanda", disse Luiz Cury, vice-presidente da Chery Brasil.

Para que os planos de expansão se concretizem em meio ao momento ruim do mercado automotivo, será preciso aumentar rapidamente a participação da marca, que hoje tem uma fatia de 0,27% das vendas de automóveis no país.

"Atingir 3% do mercado é uma obrigação nossa pelo nível de investimento. A crise é passageira", afirmou Cury.

O otimismo do executivo esbarra em números pouco expressivos. Em cinco anos no país, a Chery emplacou pouco mais de 60 mil veículos. Agora, espera comercializar 120 mil nos próximos quatro anos.

Para atingir o número, a montadora irá aumentar a quantidade de revendas: das 67 atuais para 100 até o fim de 2014. A maior parte das novas lojas ficará na região Nordeste.

"O brasileiro não é tão fiel a marcas, por isso acreditamos que há espaço para crescer. Iremos fazer uma campanha para mudar nossa imagem junto aos consumidores e mostrar que a Chery agora é nacional", afirmou o vice-presidente da empresa.

Os primeiros modelos pré-série do compacto Celer -primeiro modelo nacional– serão montados em setembro. A produção em grande escala para abastecimento da rede terá início em dezembro.

A nova geração do QQ será fabricada a partir do segundo trimestre de 2015. No ano seguinte, um utilitário esportivo entrará em produção.


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