Morreu nesta quarta-feira (20) o funcionário de uma refinaria da Petrobras em Manaus (Reman) que teve o corpo queimado depois de uma explosão, no último sábado (16).
A informação é da FUP (Federação Única dos Petroleiros). O engenheiro Antônio Rafael Santana tinha 26 anos e trabalhava na Petrobras havia um ano e dois meses.
O funcionário estava dando partida em um carro para vistoriar uma das unidades da Reman, quando houve uma explosão. Ele teve 75% do corpo queimado. A suspeita é de que tenha ocorrido vazamento de gás, de acordo com a FUP.
Conforme mostrou reportagem da Folha de 20 de julho, a Petrobras tem levado ao limite a capacidade de processamento de suas refinarias, para reduzir ao mínimo possível a importação de combustíveis. A empresa informou que seu uso atingiu 98% no segundo trimestre.
Como a empresa é impedida de repassar os custos da gasolina e do diesel no mercado externo aos preços internos, a empresa busca reduzir as perdas que é obrigada a absorver com a importação.
Trabalhadores creditam a essa prática, associada, segundo eles, a um programa de manutenção menos rigoroso do que no passado, o aumento no número de acidentes. A FUP contabiliza 21 ao longo deste ano e 29 desde novembro. Considerando apenas agosto, a federação conta nove incidentes e seis feridos.
PARALISAÇÃO
Trabalhadores das refinarias planejam, nesta sexta-feira (22), atrasar em duas horas a entrada dos turnos, como forma de protesto pelos acidentes.
Os turnos trocam às 7h, 15h e 23h. Os sindicalistas pretendem reter os colegas que chegarem para trabalhar e propor uma discussão sobre os acidentes.
Na Reduc, em Duque de Caxias (RJ), um tecido preto de 50 metros vai vedar a entrada principal da refinaria.
OUTRO LADO
Por meio de nota, a Petrobras lamentou a morte do funcionário e informou que instaurou comissão para apurar as causas do acidente. A companhia disse, ainda, que está prestando assistência à família da vítima.