Folha de S. Paulo


Bolsa dispara mais de 2% com forte avanço das ações da Petrobras

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, registra forte ganho de mais de 2% nesta quinta-feira (27), impulsionado pelo avanço expressivo dos papéis da Petrobras.

Segundo analistas, o movimento é impulsionado pela pesquisa CNI/Ibope divulgada hoje, que mostrou queda na avaliação positiva do governo Dilma Rousseff em março para 36%, ante 43% em dezembro do ano passado.

Às 11h35 (de Brasília), o Ibovespa subia 2,33%, aos 49.082 pontos. No mesmo horário, os papéis preferenciais da estatal, mais negociados e sem direito a voto, subiam 5,55%, enquanto as ações ordinárias da companhia, menos negociadas e com direito a voto, mostravam ganho de 5,66%.

A percepção do mercado, dizem analistas, é que uma queda na avaliação positiva da presidente Dilma aumenta a chance de o governo ter mais dificuldade para se reeleger em outubro.

O mercado tem desaprovado a política do governo Dilma em relação a Petrobras, uma vez que a petroleira não possui aval de seu acionista controlador (o próprio governo) para aumentar os preços dos combustíveis.

Atualmente, a estatal compra derivados de petróleo no exterior por um preço maior do que o de venda no Brasil, amargando prejuízo. O governo evita um aumento de preços para não prejudicar a inflação no país, que já está elevada.

"O discurso dos candidatos da oposição é mais pró-mercado, por isso agrada a possibilidade de a Dilma enfrentar dificuldade para ser reeleita", diz Elad Revi, analista-chefe da Spinelli Corretora. "Com isso, os investidores ficam mais otimistas de que, com um governo diferente, a Petrobras será menos usada como instrumento político", acrescenta.

Na semana passada, os papéis da Petrobras já haviam subido fortemente em meio a rumores de que a presidente Dilma teria perdido espaço em pesquisa eleitoral do Ibope. A publicação do levantamento, porém, mostrou estabilidade nas intenções de voto.

No exterior, os mercados oscilavam entre perdas e ganhos. Por um lado, anima o crescimento melhor que o esperado da economia americana no quarto trimestre do ano passado, de 2,6%. Em compensação, os investidores evitavam fazer grandes apostas por conta das tensões políticas entre os EUA, União Europeia e a Rússia.

Às 11h35, apenas quatro das 72 ações que compõem o Ibovespa tinham queda: Metalúrgica Gerdau (-0,06%), Santander (-0,16%), Suzano (-1,70%) e Oi (-1,88%).

CÂMBIO

O otimismo do mercado em Bolsa faz a moeda americana ter forte queda em relação ao real nesta quinta-feira.

Às 11h35, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha desvalorização de 1,59%, a R$ 2,275 na venda. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, cedia 1,29%, a R$ 2,278.

Colabora para o desempenho do dólar as intervenções do Banco Central no câmbio. A autoridade promoveu seu leilão de swap diário (equivalente à venda futura de dólares), no valor total de US$ 198,2 milhões.

Além disso, o BC também promoverá um novo leilão para a rolagem de contratos de swap que venceriam em 1º de abril deste ano.


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