Folha de S. Paulo


Quitar despesas como IPTU em janeiro ajuda a equilibrar orçamento dos meses seguintes

Todo começo de ano traz despesas conhecidas, mas muitas vezes não contabilizadas no orçamento familiar.

Desconsiderar impostos como IPTU (do imóvel) e IPVA (do carro) e gastos com matrícula e material escolar podem causar descontroles financeiros e afetar as contas durante todo o ano que vem.

Calcule se vale mais a pena pagar à vista com desconto ou em parcelas, sem desconto
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Prever essas despesas e quitá-las o quanto antes são as primeiras orientações de consultores para começar o ano com as finanças em dia e guardar dinheiro para investir nos meses seguintes.

Os três primeiros meses do ano são os mais pesados para o bolso, diz Natan Finger, fundador da consultoria financeira Private Pay.

"Os gastos do primeiro trimestre ficam 35% acima da média dos demais", afirma.

Quem tiver poupado alguma parte do 13º salário ou da restituição do Imposto de Renda deve pagar essas despesas à vista, afirma Luiz Krempel, planejador financeiro do GuiaBolso, site de finanças pessoais.

"O desconto oferecido geralmente é maior do que o rendimento que poderia ser obtido em uma aplicação financeira", acrescenta (calcule usando suas condições específicas no site do "Folhainvest": folha.com/no1365627).

Outro passo importante é listar as demais dívidas existentes. Isso vale para cartões de crédito e o cheque especial e para outras prestações em atraso, segundo Krempel.

"Para os endividados, é sempre indicado renegociar o débito ou trocar uma dívida de juro mais alto, no cartão de crédito ou no cheque especial, por outra de juro menor, como um empréstimo consignado", diz o especialista.

"Mas sempre com o cuidado de assumir uma parcela que caiba no bolso."

É preciso considerar ainda as prestações das compras dos presentes de Natal.

Feito isso, a recomendação tanto para quem tem dívidas quanto para quem está com as contas em dia é criar uma planilha que contemple despesas fixas -além dos impostos e dos gastos escolares, contas como água, luz, aluguel e telefone- e as supérfluas -cinema e restaurante, por exemplo.

Devem também ser previstos gastos com aniversários, casamentos, viagens e até os do Natal de 2014.

"O ideal é estimar um valor 40% acima do resultado dessas despesas para evitar surpresas. Vale a pena olhar as notas fiscais dos gastos do ano anterior para fazer uma estimativa mais confiável", diz Finger, da Private Pay.

É o que a consultora financeira Aline Rabelo chama de "fotografia das finanças", que ajuda a identificar para onde o dinheiro está indo. "Dessa forma, é possível saber onde cortar para começar a poupar", diz.

E aí não há fórmula única para o sucesso. Alguns consultores recomendam cortar pequenos gastos, como sobremesas ou o cafezinho da tarde. Outros apostam em estratégias diferentes.
"Cortar a cervejinha vai resolver? Só isso não. É preciso economizar em itens mais expressivos. Vai viajar? Fique em hotel mais barato, vá a um restaurante mais em conta."

INVESTIMENTOS

Outras medidas importantes são estabelecer metas de consumo de curto (a serem cumpridas em até um ano), médio (de um a cinco anos) e longo prazos (acima de cinco anos) e poupar, mensalmente, um valor para alcançá-las.

E o recomendável é separar esse dinheiro assim que o salário cai na conta, criando um compromisso financeiro.

"Se esperar o fim do mês chegar para poupar, é bem provável que não sobre nada", afirma Rabelo.

Para Amerson Magalhães, diretor da Easynvest Título Corretora, o ideal é escolher uma aplicação que não seja vinculada à sua conta-corrente. "O Tesouro Direto, por exemplo, que possibilita programar aplicações, é mais recomendado. Na poupança, a qualquer contratempo você tende a usar o dinheiro." Só não pode guardar dinheiro, mas depois entrar no cheque especial, adverte.


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