Folha de S. Paulo


Bolsa sobe com melhora da economia em outubro, mas EUA ainda preocupam

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, dá sequência ao leve ganho registrado ontem e opera no azul nesta sexta-feira (13). Na semana, porém, o índice deve ter desempenho negativo em torno de 1%.

Às 12h (horário de Brasília), o Ibovespa subia 0,53%, a 50.388 pontos. Colabora para sustentar o ligeiro avanço do índice a notícia de que após se contrair no terceiro trimestre, a economia brasileira apresentou recuperação em outubro acima do esperado, com alta de 0,77%, segundo estimativa do Banco Central.

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Os investidores, no entanto, continuam cautelosos em relação ao futuro do estímulo econômico nos Estados Unidos diante da proximidade do último encontro do Federal Reserve (banco central americano) em 2013, nos dias 17 e 18 de dezembro.

Apesar de a aprovação do orçamento dos EUA até 2015 ter dado certo alívio aos investidores, continua gerando incerteza a questão sobre quando o Fed começará a cortar seu programa de recompra de US$ 85 bilhões por mês em títulos públicos, adotado em 2009 para estimular a economia americana.

A grande preocupação é com o fato de que um corte do estímulo nos EUA deve enxugar a entrada de capital estrangeiros em outros países, especialmente emergentes, como o Brasil, que vinham recebendo em forma de investimentos parte da injeção mensal de recursos do Fed na economia americana.

"A falta de informação sobre quando exatamente o corte começará e de que forma é o que gera tensão na Bolsa", explica Filipe Machado, analista da Geral Investimentos. O Fed já anunciou sua intenção de dar fim ao incentivo em 2014, mas disse, porém, que só começará a cortar seu programa quando o mercado de trabalho americano mostrar melhora significativa.

"Não será um corte abrupto. O Fed não dará esse tiro no próprio pé, por isso fará a retirada do estímulo de forma gradual, o que deve reduzir o impacto negativo sobre as Bolsas emergentes", diz Rogério Oliveira, especialista em Bolsa da corretora Icap.

Às 12h, o ganho do Ibovespa era impulsionado pelas valorizações dos papéis mais negociados de Petrobras (+0,47%) e Vale (+0,21%), que representam, juntos, cerca de 16% do índice.

A ação do Pão de Açúcar também subia depois de sua unidade de eletroeletrônicos e móveis, Via Varejo, realizar a segunda maior oferta pública de ações na Bolsa brasileira do ano. Às 12h, o avanço era de 2,20%.

Os papéis da Cemig tinham perda de 1,8%, às 12h, depois que sua controlada Taesa venceu o lote A do leilão de transmissão de energia realizado na Bolsa nesta sexta-feira, ao oferecer um desconto de 4,76% em relação à Receita Anual Permitida (RAP) máxima definida para o certame. As ações da Taesa, que não integram o Ibovespa, avançavam 0,84%.

CÂMBIO

No câmbio, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha queda de 0,58% em relação ao real, às 12h, cotado em R$ 2,331 na venda. No mesmo horário, o dólar comercial, usado no comércio exterior, cedia 0,51%, também a R$ 2,331.

Hoje, o Banco Central brasileiro oferta até US$ 1 bilhão com compromisso de recompra em 6 de março de 2014, como parte de seu programa de intervenções diárias.

A autoridade também realiza o quinto leilão para rolar contratos de swap cambial tradicionais (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro) com vencimento em 2 de janeiro do ano que vem, com a oferta de até 20 mil papéis.


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