Folha de S. Paulo


Miami vive nova onda de construções

Após o colapso do mercado imobiliário norte-americano em 2008, Miami volta a ser um canteiro de construções de condomínios para atender, principalmente, a demanda de estrangeiros.

No terceiro trimestre, o mercado imobiliário registrou o maior crescimento dos últimos três anos, de acordo com a Miami Association of Realtors, que reúne empresas do setor. A alta atingiu 21,2% ante o mesmo período do ano passado nas vendas de casas individuais e chegou a 8,7% em apartamentos e casas em condomínios.

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"O mercado imobiliário de Miami se recuperou mais rápida e fortemente do que o esperado graças ao impacto dos compradores estrangeiros", afirma Lynda Fernandez, executiva da entidade.

Editoria de Arte/Folhapress

A região central da cidade, cujos preços alcançaram baixas históricas no período mais turbulento da crise, é um dos pontos de maior procura, segundo Alan Araújo, responsável pelas vendas internacionais de novos empreendimentos da Sotheby´s.

Há 40 projetos de torres para a região atualmente, que colocarão mais de 10 mil unidades no mercado nos próximos anos, o que representa um avanço diante do cenário estagnado registrado até 2011, ressalta o executivo.

A despeito da nova onda de construções, a oferta ainda é considerada apertada diante da crescente demanda, o que tem contribuído para elevar os preços. O valor médio das casas vendidas ficou em US$ 230 mil (R$ 535 mil) no terceiro trimestre, com alta superior a 20% na comparação com o mesmo intervalo no ano passado.

Outubro foi o 23° mês seguido de aumento de preços, mas a média ainda se equipara ao patamar registrado em 2004, segundo a entidade.

O interesse dos brasileiros pela região não é novo, mas ainda avança. "O brasileiro de classe alta sempre comprou aqui. Mas, principalmente após a crise, veio uma faixa abaixo também", diz Araújo. Segundo a Miami Association of Realtors, metade desses compradores está em busca de um imóvel para usufruir nas férias.

"Como eu tenho negócios aqui, venho de quatro a cinco vezes por ano. Fico quinze dias ou mais", conta a empresária brasileira Clarisse Gaito, que acaba de fechar a compra de um apartamento na cidade norte-americana.

Angelo Cavalli/AFP
Vista noturna da cidade de Miami, nos EUA; outubro foi o 23° mês seguido de aumento de preços, mas média ainda se equipara ao patamar de 2004
Vista noturna de Miami; outubro foi o 23° mês seguido de aumento de preços, mas média ainda se equipara à de 2004

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