Folha de S. Paulo


Antes de retaliação, Brasil vai tentar novo acordo com EUA sobre algodão

O governo brasileiro vai fazer mais uma tentativa de se entender com os Estados Unidos antes da retaliação contra produtos americanos por conta dos subsídios concedidos aos produtores de algodão.

País deve retomar retaliação aos EUA por causa do algodão

A OMC considerou ilegais os subsídios americanos aos cotonicultores do Meio Oeste em processo vencido pelo Brasil. Para evitar a retaliação, os americanos toparam pagar US$ 147 milhões aos agricultores brasileiros por ano enquanto não alteram sua lei agrícola. Mas, em setembro, interromperam os pagamentos.

O ministro de Relações Exteriores do Brasil, Luiz Alberto Figueiredo, vai propor ao representante comercial dos EUA, Michael Froman, que os pagamentos aos cotonicultores brasileiros sejam retomados, cumprindo acordo selado entre os dois países.

Figueiredo e Froman se reúnem na quarta-feira em encontro bilateral realizado às margens da conferência ministerial da Organização Mundial de Comércio (OMC), realizada a partir desta segunda-feira (2) em Bali, na Indonésia. O caso do algodão será um dos temas da conversa.

"Vamos insistir para que eles retomem o acordo. Mas já estamos estudando uma possível retaliação. Todas as opções estão sob a mesa", disse Figueiredo ontem, em Bali.

Uma reunião da Câmara de Comércio Exterior (Camex), marcada na semana passada para decidir o assunto, já foi adiada duas vezes. A nova data agora é 18 de dezembro. A expectativa é que, se nada ocorrer até lá, o Brasil retome formalmente o processo de retaliação, mas só tome medidas no ano que vem.


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