Folha de S. Paulo


Diretor-geral da OMC diz que negociações comerciais chegaram a impasse

Às vésperas da reunião bienal entre ministros de comércio promovida pela OMC (Organização Mundial do Comércio), o diretor-geral da entidade, o brasileiro Roberto Azevêdo, afirmou nesta terça-feira (26) em Genebra que as negociações para fechar um pacote de propostas antes do evento da próxima semana em Bali fracassaram, e que caberá aos ministros reunidos na Indonésia desfazer o impasse.

Em coletiva de imprensa, Azevêdo disse que retrocessos de última hora e dificuldades locais específicas são os culpados pelo fracasso das tratativas.

"O processo em Genebra acabou", disse ele. "Se tivéssemos mais duas semanas aqui em Genebra não faríamos isso. No nível da diplomacia, no nível técnico, isso é o mais perto se que pode chegar. Isso requer apelos políticos", acrescentou.

O acordo proposto busca evitar o colapso final da Rodada Doha para a liberalização do comércio global, iniciada em 2001 e estancada há cinco anos.

Após embates entre os países-membros, porém, as medidas na mesa de negociação são bem mais modestas do que o objetivo inicial de derrubar as principais barreiras ao comércio global, restringindo-se sobretudo a questões burocráticas e ao avanço da inclusão dos países menos desenvolvidos.

"Nos últimos dias, deixamos de tomar as decisões políticas mais difíceis", afirmou Azevêdo.

Entre as questões não resolvidas em Genebra, estão um plano indiano para permitir o subsídio a produtores agrícolas com base na segurança alimentar e uma contestação ao embargo econômico dos EUA a Cuba. A Turquia também tem preocupações sobre as novas regras a respeito de trânsito de mercadorias, e a América Central resiste à eliminação dos despachantes aduaneiros.


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