Seguindo o mau humor visto nos mercados internacionais, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, opera no vermelho nesta quarta-feira (13), ampliando a desvalorização de quase 1,6% registrada ontem.
Os investidores digerem a falta de detalhes sobre a reforma da economia chinesa e a maior probabilidade de o banco central americano começar a reduzir seu estímulo à economia dos Estados Unidos ainda em 2013, o que prejudicaria principalmente os emergentes, como o Brasil. A temporada de resultados das empresas também segue no radar do mercado.
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Às 11h46 (horário de Brasília), o Ibovespa tinha queda de 0,89%, a 51.341 pontos. O desempenho era influenciado pela desvalorização de 1,27% das ações mais negociadas da Petrobras, que representam mais de 8% do índice, no mesmo horário.
A estatal tem sofrido nos últimos dias em meio a falta de detalhes sobre como será sua nova metodologia de reajuste de preços. Atualmente, a estatal é obrigada a comprar gasolina e diesel por um preço maior no exterior, e vendê-los por um valor menor no Brasil para não prejudicar a política do governo de controle da inflação.
O governo defende que a nova metodologia de preços da Petrobras, que será votada no dia 22 de novembro, deve ficar em vigor apenas até a empresa se tornar exportadora líquida de petróleo e seus derivados. Depois disso, a regra deve sofrer ajustes em seu formato para reduzir o repasse da variação de preços e custos do petróleo no mercado externo aos preços domésticos da gasolina e do diesel.
Hoje, o mercado também repercute a notícia de que o Conselho de Administração da Petrobras aprovou a venda integral das ações da sua subsidiária no Peru para a chinesa CNPC, parceira da estatal brasileira no campo de Libra, no pré-sal da bacia de Santos.
RESULTADOS EM FOCO
Também no vermelho, as ações da companhia aérea Gol lideravam as perdas do Ibovespa às 11h47, cedendo 5,01%, mesmo após a empresa ter divulgado que conseguiu reduzir o prejuízo em 36% no terceiro trimestre, para uma perda de R$ 197 milhões, ante R$ 309 milhões no mesmo período do ano anterior.
Já a ação do frigorífico Marfrig cedia 0,23% no mesmo horário, após a empresa ter divulgado um prejuízo líquido de R$ 329 milhões no terceiro trimestre, ante lucro de R$ 10,4 milhões no mesmo período de 2012.
Em sentido oposto, a ação preferencial (mais negociada, sem direito a voto) da operadora de telefonia Oi subia 2,26%, às 11h47, enquanto o papel ordinário (menos negociado, com direito a voto) da companhia avançava 2,45%.
A empresa divulgou lucro líquido de R$ 172,3 milhões no terceiro trimestre deste ano, valor 70,6% menor em relação aos R$ 586,9 milhões registrados no mesmo período do ano passado. Mesmo assim, o lucro do período reverteu por completo prejuízo de R$ 124 milhões sofrido no segundo trimestre.
CÂMBIO
O dólar à vista, referência no mercado financeiro, registrava queda de 0,39% em relação ao real, às 11h48, cotado em R$ 2,325 na venda. No mesmo horário, o dólar comercial, usado no comércio exterior, cedia 0,34%, a R$ 2,326.
O Banco Central realizou mais cedo um leilão de swap cambial tradicional, que equivale à venda de dólares no mercado futuro. A operação estava prevista em seu plano de intervenções diárias no câmbio.
Foram vendidos 10 mil contratos de swap, todos com vencimento em 2 de junho de 2014, por um total de US$ 496 milhões. Não foram aceitas ofertas por contratos com vencimento em 5 de março de 2014.
O BC também realizará hoje o segundo leilão de swap cambial tradicional --equivalente a venda de dólares no mercado futuro-- para rolar os contratos que vencem em 2 de dezembro. Serão ofertados 20 mil contratos com vencimento em 1º de agosto de 2014, no valor equivalente a US$ 1 bilhão.