Folha de S. Paulo


Conselho gestor da internet apoia Brasil em disputa contra Amazon

O conselho consultivo do Icann, uma espécie de gestor global de internet, recomendou que o organismo acate o pedido do Brasil e do Peru para vetar a concessão do domínio ".amazon" à gigante do varejo pela internet.

A empresa americana, cujo nome significa "amazônia" em inglês, havia solicitado o registro de ".amazon" como um domínio de topo, ou seja, a última parte de um endereço de internet como ".com".

Os países alegaram que o registro de ".amazon" abriria uma lacuna na proteção de nomes geográficos e culturais da região amazônica.

O GAC (Comitê de Aconselhamento de Governos) do Icann acatou o pedido. Agora, a sugestão será encaminhada ao Conselho Geral do Icann para bater o martelo.

"O GAC concordou com o argumento de que a concessão do registro seria contrária aos interesses públicos da região amazônica", explica Virgílio Almeida, secretário de política de informática do MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação).

Os ministérios de Ciência e das Relações Exteriores representaram o Brasil no encontro do Icann que terminou ontem em Durban, na África do Sul. Havia também representantes de mais 70 países.

O Conselho Geral do Icann deve deferir sobre o pedido do Brasil e do Peru em cerca de 60 dias. A expectativa do governo brasileiro é que o pedido do registro ".amazon" seja oficialmente negado em última instância pelo Icann.

Recentemente, o domínio ".africa" também foi rejeitado pelo GAC. A empresa interessada recorreu e ainda não há uma resposta definitiva.


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