Folha de S. Paulo


Azul considera adiar estreia na Bolsa por condições adversas de mercado

A Azul Linhas Aéreas decidiu adiar sua estreia no mercado de ações, prevista para julho, devido à volatilidade do mercado acionário. A Folha apurou que a intenção é realizar o lançamento de ações em setembro. A oferta ocorrerá, simultaneamente, nas Bolsas de Valores de São Paulo e Nova York.

Além das condições adversas do mercado acionário, em função do baixo crescimento da economia brasileira, a falta de apetite dos investidores por papeis do setor aéreo influenciaram a decisão. As ações da Gol caíram 7,55% ontem, a segunda maior baixa do Ibovespa. Desde o início do ano, as ações da Gol caíram 47,8%.

A expectativa da Azul é captar mais de US$ 400 milhões, segundo apurou a Folha. A oferta inicial de ações será a porta de saída para os fundos que investiram na criação da companhia, como Gávea, Cia. Bozano e Weston Presidio.

Terceira maior empresa aérea do Brasil, a Azul detém 17% do mercado.

Um anúncio formal da decisão pode sair dentro de uma semana, disse uma fonte à agência Reuters.

O movimento vem dias depois de a Votorantim Cimentos, maior produtora de cimento do país, ter adiado seu plano de IPO. O Brasil está sofrendo com uma economia estagnada e com o êxodo de investidores do mercado local.

Porta-vozes da Azul não foram encontrados para comentar o assunto imediatamente.

A aérea havia anunciado em maio o IPO, e a oferta primária deveria levantar fundos para propósitos corporativos, para comprar novos aviões, adicionar rotas, reforçar capital de giro, pagar dívidas e os leasings de cinco aeronaves.

Companhias que planejam fazer ofertas iniciais de ações no país enfrentam um momento delicado, em meio à inflação alta, maior aversão a risco e crescimento baixo.

O Ibovespa caiu 23% neste ano até sexta-feira (21), enquanto o câmbio se depreciou 9%.

Neste ano até maio, as empresas no Brasil captaram R$ 14,9 bilhões por meio de IPOs.

Afetados por operações que não conseguiram entregar os retornos prometidos, investidores têm sido cautelosos com as ofertas de ações promovidas no país.

Em 2012, a atividade de IPOs no Brasil foi a menor em sete anos.

Com Reuters


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