Folha de S. Paulo


Taxa média de juros ao consumidor se mantém estável em maio

Os juros médios praticados pelos bancos nas linhas de crédito para consumidores ficaram estáveis em maio.

A taxa média geral se manteve em 5,43% ao mês (88,61% ao ano), o mesmo patamar de abril.

A Anefac (Associação dos Executivos de Finanças), responsável pela pesquisa, diz que, embora o Banco Central tenha elevado o juro básico, a Selic, em maio, isso ocorreu apenas no fim do mês. Dessa maneira, a alta não afetou as taxas de juros das operações de crédito no mês passado.

Das seis linhas de crédito de pessoa física pesquisadas, três foram reduzidas: juros do comércio, cheque especial e financiamentos de automóveis.

Cartão de crédito foi a única linha a se manter inalterada. Apresentaram elevação os empréstimos pessoal por bancos e por financeiras.

No dia 29 de maio, o Banco Central elevou a taxa básica de juros do país, a Selic, de 7,5% ao ano para 8% ao ano. Foi o segundo aumento consecutivo do juro básico neste ano.

A Anefac espera que as taxas de juros sejam elevadas neste mês, em função da elevação da taxa básica.

SEGMENTOS

O empréstimo pessoal em bancos teve elevação de 1,01% em maio. A taxa passou de 2,94% ao mês em abril (41,58% ao ano) para 2,97% ao mês em maio (42,08% ao ano).

Nas financeiras, houve elevação de 0,14% ao mês, passando de 6,91% ao mês em abril (122,96% ao ano) para 6,92% ao mês em maio (123,21% ao ano).

O financiamento de automóveis teve redução de 0,65%, passando para 1,53% ao mês em maio (19,99% ao ano).

A redução do cheque especial foi de 0,26%, ficando em 7,68% ao mês em maio (143,01% ao ano). É o menor patamar da taxa desde janeiro de 2011.

O cartão de crédito se manteve estável em 9,37% ao mês (192,94% ao ano).

A taxa média para pessoa jurídica apresentou redução de 0,33% em maio, passando de 3,06% ao mês em abril (43,58% ao ano) para 3,05% ao mês em maio (43,41% ao ano). É a menor taxa da série histórica, iniciada em 1999, segundo a Anefac.

TAXA DE JUROS PARA PESSOA FÍSICA AO MÊS EM MAIO

Linha de crédito Taxa em maio de 2013, ao mês Taxa em abril de 2013, ao mês
Juros comércio 4,08% 4,10%
Cartão de crédito 9,37% 9,37%
Cheque especial 7,68% 7,70%
CDC -bancos- financiamento de automóveis 1,53% 1,54%
Empréstimo pessoal -bancos 2,97% 2,94%
Empréstimo pessoal-financeiras 6,92% 6,91%
Taxa média 5,43% 5,43%

JUROS ALTOS

Especialistas alertam que os juros cobrados do consumidor final são muito superiores à Selic. Portanto, o consumidor deve ter atenção quanto a novas captações de empréstimos.

Para Erasmo Vieira, consultor da Planilhar Planejamento Financeiro, quem já possui uma dívida, especialmente no cheque especial ou no rotativo do cartão de crédito, deve priorizar o pagamento do empréstimo.

"Quem tem dívida, sobretudo as pós-fixadas, tem que estabelecer como prioridade eliminá-la. Os juros vão subir também e vão comer uma parte maior ainda do orçamento."

Para Vieira, novos financiamentos devem ser avaliados com cuidado. "A tomada de um novo empréstimo deve ser avaliada se é estritamente necessária ou se pode ser postergada. A pessoa que está pensando em fazer uma dívida tem que analisar se vale a pena ou não pagar os novos juros."

No caso do consumidor querer comprar o bem mesmo assim, a dica é pesquisar. "A demanda por crédito deve diminuir um pouco e pode haver uma maior competição entre bancos. Dependendo da compra, vale avaliar quem oferece a opção de juros mais baratos."


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