Folha de S. Paulo


Governo anuncia R$ 2,9 bilhões para projetos de inovação aeroespacial e defesa

O governo federal anunciou o lançamento de um edital para financiar projetos em duas áreas estratégicas, aeroespacial e defesa, nesta sexta-feira (17).

O Plano de Apoio Conjunto Inova Aerodefesa prevê recursos de R$ 2,9 bilhões para investimentos até 2017 e foi apresentado em São José dos Campos (a 97 km de São Paulo), cidade que concentra boa parte das principais empresas dessas áreas no país, como a Embraer e a Avibrás.

Divulgação
Grupo de lança-foguetes da série astros 2, fabricados pela empresa de armamentos Avibrás
Grupo de lança-foguetes da série astros 2, fabricados pela empresa de armamentos Avibrás

Do montante oferecido, R$ 2,4 bilhões estarão a cargo da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos/Agência Brasileira da Inovação), empresa pública vinculada ao MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação), e R$ 500 milhões, do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Não há recursos previstos para serem concedidos pelo Ministério da Defesa e pela AEB (Agência Espacial Brasileira), mas o edital prevê a possibilidade de encomendas e "aquisição estratégica" por esses órgãos para os equipamentos e serviços desenvolvidos.

O edital faz parte do Plano Inova Empresa, lançado pelo governo federal em 14 de março, que prevê R$ 32,9 bilhões para investir em inovação em áreas variadas, como saúde, energia, agropecuária etc.

São várias formas de financiamento: crédito --empréstimo com juros subsidiados--, subvenção --dinheiro para a empresa, não retornável--, ou cooperativo, dinheiro não retornável para projetos feitos por instituições de pesquisa, por demanda de empresas, participação acionária --o governo fica sócio da empresa e fundos de investimento, segundo o MCTI.

AEROESPACIAL E DEFESA

Entre as linhas específicas para receber financiamento no setor aeroespacial estão a propulsão espacial, os foguetes de sondagem e os veículos lançadores de satélites. Também serão contemplados projetos para satélites de pequeno porte e seus subsistemas embarcados.

Na linha de defesa, tem destaque a área de sensoriamento remoto, radar ou ótico, para uso em veículos terrestres, navais e aéreos, e a eletrônica --sistemas de comando e controle para Defesa, especificamente detecção de emissões eletromagnéticas, interferência contra radares e equipamentos de comunicações, por exemplo.

"Como aeroespacial e defesa são estratégicas para o Brasil, tanto em termos econômicos como de soberania, não podemos ficar defasados tecnologicamente nessas áreas; precisamos ser inovadores", disse o ministro da Ciência, Marco Antonio Raupp.

A pesquisa e o desenvolvimento de materiais especiais, como fibras de carbono, ligas metálicas, resinas e blindagens, também foi contemplada.

COPA E OLIMPÍADA

A área de segurança pública, uma prioridade para um país que pretende ser sede de grandes eventos como Copa do Mundo e Olimpíada. A linha de financiamento inclui tanto sistemas de identificação biométrica como sistemas de informações e armas não letais.


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