Folha de S. Paulo


CRÍTICA

SPFW apresenta a nova cara das patricinhas brasileiras

O terceiro dia da São Paulo Fashion Week foi uma espécie de convenção de patricinhas, com grifes que resumem a silhueta, a cor, o volume e os sapatos mais fotografados dos blogs e que norteiam o guarda-roupa das adolescentes.

Entre as grifes de "it girl" está a Lolitta, que diminuiu a metragem dos panos para enveredar pela moda praia. Uma praia sem mar, vale dizer. As roupas são para as fotos no bares da moda.

São biquínis e maiôs recortados na cintura com amarrações que ostentam logos e cintos com o nome da marca.

Os vestidos curtos, com babados na barra, e o decote ombro a ombro vão agradar as celebridades do Instagram.

Na mesma linha, a A.Brand ofereceu uma versão mais descolada desse baile, com calças largas, listras e estampas divertidas de cachorros.

Camisas azuis extra grandes -no estilo "roubei do namorado", como dizem as garotas-, peças de ráfia transparentes e babados aplicados em saias assimétricas completam a coleção.

A grife Lilly Sarti subiu um ponto na escala do princesismo e apresentou vestidos esvoaçantes, feitos de tule e seda. Os tons de salmão, ocre e "off-white" combinados a uma proposta corretinha envelheceram a imagem que, em tese, era para ser jovial.

Nesse bojo, uma surpresa. A Nohda foi ponto fora da curva da estética garota-rica-barroca, com alfaitaria minimalista e tricô pontual, além de minibordados em vestidos de renda, gola alta e babados no colo. O resultado final é monástico, imponente e, acima de tudo, bonito de se ver.

Tão belo quanto o desfile de Fernanda Yamamoto, um estudo matemático da alfaiataria. Uma das estilista mais técnicas do evento, ela constrói volumes usáveis e pepluns rígidos de gorgorão de seda com tela.

YAMAMOTO bom 
LOLITTA bom 
E. NOHDA muito bom 
A.BRAND bom 
LILLY SARTI regular 

Colaborou GIULIANA MESQUITA


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