Folha de S. Paulo


Crítica

Estreia de Samira Makhmalbaf, 'A Maçã' exibe força de iraniana

Samira Makhmalbaf mal havia chegado à maioridade quando estreou seu primeiro longa, "A Maçã" (1998, 18 anos, TV Brasil, 24h) no Festival de Locarno. E a precoce filha do diretor Mohsen Makhmalbaf (que por sinal foi co-roteirista e montador do filme) logo foi ganhando prêmios.

Merecidos prêmios, diga-se. "A Maçã" não destoa do estilo despojado do cinema iraniano, que acompanha a modéstia da produção. Isso não a impede de ter algo a mostrar. Ou bastante a mostrar, até, com a história das duas meninas, irmãs gêmeas, mantidas presas em casa até os 11 anos, quando alguém denuncia sua família à assistência social.

É a segunda vida das garotas que interessará a Samira: sua primeira abordagem de um mundo exterior que desconhecem inteiramente e onde o que mais as fascina, o que mais desejam, é não mais que uma maçã. Metáfora de um Irã então fechado ao mundo? Pode ser. Mas o em si do filme é bem forte.


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