Folha de S. Paulo


Crítica

'Anjo Exterminador', de Buñuel, escancara nossos pesadelos

É raro um filme ser tão irreverente quanto "O Anjo Exterminador" (1962, Futura, 2h30, 12 anos). Ali, Luis Buñuel reúne um grupo de ricos e os dispõe em uma mansão. Tudo corre bem até perceberem que dali não conseguem sair. Nada os impede, no entanto não saem, não conseguem.

Reprodução
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Cena do filme "O Anjo Exterminador" (1962), de Luis Buñuel.

Pensa-se, de imediato, numa agressiva alegoria antiburguesa feita por um surrealista-marxista etc. e tal. Mas por que não pensar que a esse tipo de pesadelo estamos todos sujeitos? Nossos limites, aquilo que não podemos superar: eis nossa prisão. Buñuel nos lembra, ao mesmo tempo, disso: convém livrar-se de suas prisões.

Ainda hoje, o documentário "Os Dias com Ele" (2013, TV Brasil, 22h30): a estranha visita de Maria Clara Escobar ao pai, o filósofo Carlos Henrique Escobar. Na Cultura, (1952, 0H, 18 anos), sobre textos de Suzana Flag, aliás Nelson Rodrigues.


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