Folha de S. Paulo


Com mais participantes e orçamento menor, Festival de Joinville abre hoje

O Brasileirão da dança, também conhecido como festival de Joinville, abre nesta quarta (20) –e segue até o dia 30– a 34ª edição desta combinação de competição e mostra artística que atrai um público recorde para a área –50.000, no último ano.

Na parte competitiva, grupos amadores e semiamadores de todo o país disputam uma colocação na Noite dos Campeões acompanhados por suas torcidas organizadas. É também porta de entrada para os grandes concursos internacionais, que têm levado boa parte dos talentos nacionais para dançar nas companhias estrangeiras.

Neste ano, estão inscritos 7.800 participantes –cerca de 15% a mais do que em 2015, segundo Ely Diniz, presidente do Instituto Festival de Dança de Joinville. "Esse aumento nos surpreendeu, estávamos preparados para uma diminuição no número de inscritos por causa da crise econômica", afirma Diniz.

Wilian Aguiar/Divulgação
20/7/2016 - Cena da coreografia
'Suíte para Dois Pianos', da São Paulo Companhia de Dança, que abre o festival

A recessão, porém, reduziu o orçamento para aproximadamente R$ 4,3 milhões, 10 % a menos que no ano passado. "Cortamos gastos, mas a grandiosidade do festival continua, mostrando o que acontece hoje na dança."

Aí entra a programação das noites de abertura e de gala e das mostras Estímulo –em que participantes de outras edições do festival apresentam trabalhos mais longos– e Contemporânea de Dança, também com atrações bem brasileiras em 2016. A abertura ficou a cargo da SPCD (São Paulo Companhia de Dança).

O grupo mostra sua obra mais recente, "Suíte para Dois Pianos", de Uwe Scholz. A remontagem de Giovanni Di Palma para a SPCD estreou há menos de um mês em São Paulo.

A coreografia, marcada pela musicalidade –cada nota corresponde a um movimento–, é inspirada na obra de Kandinski (1866-1944), um dos pais da arte abstrata. Em um cenário composto de painéis com os "Estudos Sobre Ponto, Plano e Linha" do artista russo, os bailarinos recriam os desenhos no espaço.

O grupo encena, na mesma noite, "Gnawa", do espanhol Nacho Duato, e "Petite Mort", do tcheco Jirí Kylián. "O programa reúne três grandes coreógrafos que são referência na história da dança", diz Inês Bogéa, diretora da SPCD.

Já na noite de gala, no domingo (25), o Balé do Teatro Guaíra, do Paraná, apresentará a coreografia "Cinderela" em versão "livre e leve", segundo Mônica Mion, uma das curadoras do festival.

A curadoria se empenhou em diversificar a programação no "sentido geográfico", diz Moin, escolhendo artistas além do eixo Sul-Sudeste, normalmente predominante.

De Natal (RN), a Cia. de Dança do Teatro Alberto Maranhão apresentará na mostra Estímulo "Andara", sobre a relação entre os atos de abraçar e dançar. Já na mostra contemporânea, o Ritmo Soul'to de Fortaleza (CE) levará sua mistura de danças urbanas, capoeira e xote em "Soluto".


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