Folha de S. Paulo


Ocupação de artistas contra Temer tem 15 dias para sair da Funarte em SP

Os coletivos que ocupam a sede da Funarte (Fundação Nacional das Artes) em São Paulo têm 15 dias para desocupar a instituição, onde estão desde maio em protesto ao governo interino de Michel Temer (PMDB). O prédio serve de escritório oficial para o Ministério da Cultura na cidade.

Formado por artistas e ativistas, o grupo foi notificado no fim da tarde de segunda (18) de que deveria deixar o local em 24 horas. A reintegração foi adiada em reunião com membros da Funarte na terça (19), em um acordo que também prevê que os membros da ocupação não durmam mais no local em troca da manutenção das atividades culturais programadas por eles.

A fundação pediu à Justiça que interviesse em pedido de liminar enviado pela Advocacia Geral da União em 9 de julho, afirmando que os coletivos haviam depredado a instituição e impedido a atividade de artistas contemplados por editais.

Em entrevista à Folha, o ministro Marcelo Calero afirmou que a pasta não pediria reintegração de posse das ocupações contrárias à sua gestão. Desde a sua posse, em maio, Calero ainda não foi à Funarte quando esteve em São Paulo —despachou em outras instituições vinculadas ao MinC, como a Cinemateca.

A onda de ocupações de prédios vinculados à Cultura foi deflagrada após Temer ter anunciado a extinção da pasta em sua primeira reforma ministerial. O presidente interino recuou, mas as manifestações prosseguiram.

O grupo nega que tenha atrapalhado a programação e argumenta que promoveu shows, peças de teatro e exposições no local. Uma delas, "Aparelhamento",abrirá na quarta (20) com obras de artistas nacionais de peso vendidas a 40% do preço cobrado pelas galerias.

Uma obra de Lenora de Barros terá lance inicial de R$ 4.800 e outra, de Lucas Simões, de R$ 3.600, segundo informou a coluna "Plástico", publicada na "Ilustrada" desta terça (19).


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