Folha de S. Paulo


Depois de Waters, David Gilmour é a outra metade do Pink Floyd em SP

O inglês David Gilmour, 69, lançou neste ano um disco pretensioso, "Rattle that Lock", com resultados à altura da pretensão. Épico, bonito, empolgante. Mas, mesmo assim, sabe que seu público ainda quer ouvir seu dedilhado suave na guitarra dos grandes sucessos do Pink Floyd.

Seus dois shows, nesta sexta (11) e sábado, no Allianz Parque, em São Paulo, devem acertar em cheio. No repertório mostrado na fase europeia da turnê, que ele tem repetido noite após noite com rigor cartesiano, canções novas não chegam a metade do show. Na maior parte do tempo, é Pink Floyd mesmo.

A primeira excursão de Gilmour na América do Sul serve como um complemento para os (muitos) fãs do Pink Floyd. Quem assistiu ao espetáculo "The Wall", que Roger Waters levou ao Morumbi em 2012, agora pode ver o outro pilar que sustentou o som revolucionário da banda entre 1967 e 1985 -ano que marcou a saída de Waters.

Menos espetaculoso do que "The Wall", mas ainda prometendo delírios visuais, o show de Gilmour chega no momento em que seus fãs estão em regozijo. "Rattle that Rock" é mais consistente do que seu álbum solo anterior, "On an Island" (2006), e muito mais impactante do que "The Endless River", lançado o ano passado como sendo o último disco do Pink Floyd. Feito com sobras do álbum "The Division Bell" (1994), soou bonito, mas frouxo.

"Rattle that Lock" é grandioso, como tudo de bom que o Pink Floyd fez. "Faces of Stone", que ele tocará em São Paulo, é ótimo exemplo. Começa delicada, intimista, quase uma valsinha, e se transforma num pandemônio de opulência roqueira.

Explicando o repertório

HINO LISÉRGICO

Canções como as novas "Today" e "Rattle that Rock" são perfeitas para levantar um estádio -embora Gilmour nem precisasse delas. A quarta música da noite deve ser "Wish You Were Here", de 1975, um hino lisérgico que vai colocar a plateia em transe.

O que dizer então da provável sequência final do show, com "Time", "Breathe (Reprise)" e "Confortably Numb"?

Além do repertório matador, as noites vão mostrar como Gilmour é um dos melhores guitarristas do rock. E um dos mais singulares, com uma assinatura sonora de solos suaves entre levadas épicas. É ouvir para crer.

COMO SERÁ O SHOW

Os shows de David Gilmour em São Paulo devem seguir um roteiro rígido. As apresentações serão divididas em dois blocos. O primeiro terá 70 minutos e dez músicas. Após 20 minutos de intervalo, o segundo bloco deve alcançar 80 minutos, com oito músicas seguidas de um bis com mais três.
Os portões do estádio serão abertos às 16h e os shows estão programados para as 21h. Gilmour tem sido pontualíssimo nesta turnê.

Há poucos ingressos à venda para os dois dias, no site www.ingressorapido.com.br. Os preços variam de R$ 200 a R$ 1.200.

Nos dias de show, as bilheterias do Allianz Parque vão abrir a partir das 9h. Endereço: av. Francisco Matarazzo, 1.705. Menores de 14 anos só entram acompanhados de pais ou responsáveis.

O estádio oferece estacionamento. A estação Barra Funda do metrô fica a cerca de 1.300 metros do Allianz Parque.


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