Folha de S. Paulo


Netflix investe no universo dos novelões

A Netflix ganhou prestígio e fama com séries altamente ousadas e, consequentemente, cultuadas. Mas o serviço de vídeos sob demanda tem planos mais ambiciosos em 2015: quer ser tão popular quanto um canal aberto.

Para isso, uma de suas maiores armas foi disponibilizada em todo o mundo na última sexta-feira (20). "Bloodline", criação do trio formado pelos irmãos Glenn e Todd A. Kessler e o roteirista Daniel Zelman, responsáveis pela série "Damages" (2007-2013), traz o gênero do novelão sobre grandes famílias americanas para a Netflix.

Saeed Adyani
Kyle Chandler (à esq.) e Ben Mendelsohn em cena da série 'Bloodline
Kyle Chandler (à esq.) e Ben Mendelsohn em cena da série 'Bloodline'

No antigo seriado, os autores tentavam incorporar elementos de suspense ao drama sobre tribunais. Na mesma pegada, "Bloodline" também mira a intersecção de gêneros.

"É uma tentativa de pegar um drama familiar, formato que as pessoas conhecem bastante, e misturar com elementos de thriller psicológico", explica Todd A. Kessler à Folha. Passada no balneário de Florida Keys, região repleta de manguezais, tipos estranhos e praias lindíssimas, a atração reúne um dos elencos mais poderosos da TV atual.

GRANDES FAMÍLIAS

O drama gira em torno do policial John Rayburn (Kyle Chandler) e de seu irmão mais velho, Danny (Ben Mendelsohn) –que retorna ao hotel administrado pela família trazendo uma nuvem de problemas para seus pais (Sissy Spacek e Sam Shepard).

"A gênese do projeto veio do interesse sobre grandes famílias e os papéis que cada membro possui desde criança", diz Zelman, que orquestra um assassinato já no fim do primeiro episódio. "A Flórida é um lugar bizarro e também serviu de inspiração. Se aquele Estado fosse uma pessoa colocada de cabeça para baixo, certamente sairia um monte de trocados e tranqueiras de lá."

O desafio do trio autodenominado KZK, indicado a sete prêmios Emmy e a um Globo de Ouro por "Damages", será tornar "Bloodline" relevante para um público acostumado a "House of Cards" e a "Orange is the New Black", séries com tramas mais ousadas.

"O fato de estarmos na Netflix nos dá uma segurança, mas não podemos ficar pensando em repercussão em redes sociais. Confiamos nos atores que temos e nesse suspense familiar que é diferente de tudo o que já foi feito na TV", exalta Glenn Kessler.

DESCONFORTÁVEL

É a mesma opinião do protagonista da atração, Kyle Chandler. "Nunca fiquei tão desconfortável fazendo um personagem, mas gosto de desafios", conta o ator, que retorna à televisão –em que fez fama na série "Friday Night Lights"–, após uma temporada no cinema com atuações em "Argo", "O Lobo de Wall Street" e "Super 8".

"Gosto da ideia de não saber como vou terminar essa trama, porque John vai crescer e mudar. Há muitas surpresas, mas não importa o quão assustado eu fique. Sei que estou em boas mãos." (rodrigo salem)

NA TV/NA INTERNET

BLOODLINE

Disponível no serviço de vídeos sob demanda Netflix


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