Folha de S. Paulo


'Não sei se o prefeito do Rio me quer de volta', diz Julien Temple

No festival SXSW, o cineasta inglês Julien Temple, 63, apresentou seu novo documentário, "The Ecstasy of Wilko Johnson" (o êxtase de Wilko Johnson), sobre o vocalista da banda Dr. Feelgood.

Em, 2013, Johnson foi diagnosticado com um câncer no pâncreas e recebeu sobrevida de dez meses –mas, durante as filmagens, descobriu-se que seria possível retirar o tumor, e o músico se curou.

O longa mistura imagens de arquivo e cenas de outros filmes, como o xadrez contra a morte de "O Sétimo Selo", de Ingmar Bergman. É menos um documentário sobre um músico e mais um retrato da inevitabilidade da morte.

"[Johnson] reagiu tão bem à notícia quando soube que iria morrer, pois isso o fez apreciar mais cada minuto de de sua vida", diz Temple, em entrevista à Folha.

Em seu último filme, "Rio 50 Degrees" (Rio 50 graus, 2014), Temple retratou as desigualdades sociais da cidade, contando a história do Rio, dos anos 1970 até agora, a partir de nomes como Carmen Miranda e o prefeito Eduardo Paes, que é retratado como "bem-nascido".

"Adoro o Brasil. Estão me chamando para o festival [de documentários musicais] In-Edit, mas não sei se o prefeito do Rio me quer de volta", ri.

A primeira vez em que ele esteve na cidade, explica o cineasta, foi para filmar parte do seu longa de estreia, o documentário "The Great Rock 'n' Roll Swindle" (1980), sobre a banda Sex Pistols.

Marsaili McGrath/Getty Images
O cineasta Julien Temple
O cineasta Julien Temple

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