Folha de S. Paulo


Crítica: Sganzerla produz cinema de resistência, mas com humor

Talvez o nome de "marginal", que hoje pega tão bem para certa parte do cinema brasileiro, não seja o melhor.

Nem mesmo experimental, ou ainda de invenção.

O que é "Copacabana Mon Amour" (1970, TV Brasil, 0h, 16 anos), que Rogério Sganzerla filmou logo que mudou para o Rio? Talvez o mais exato seja chamar a esse cinema de independente.

Divulgação
A atriz Helena Ignez em cena de ‘'Copacabana mon Amour’', de Sganzerla
A atriz Helena Ignez em cena de ‘'Copacabana mon Amour’', de Sganzerla

Com isso, ele se aproximaria de muitos outros filmes –talentosos, dignos, indignos, idiotas etc.– feitos à margem dos financiamentos oficiais. O que torna "Copacabana" mais radical é o fato de nunca ter sido exibido comercialmente, de maneira que quase ninguém conhece Sônia Silk (Helena Ignez, claro), a loura oxigenada que se prostitui enquanto alimenta o sonho de virar cantora de rádio.

É também um cinema de resistência, no momento de ditadura apertada. O que não impede Sganzerla de nos fazer olhar e rir.


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