Folha de S. Paulo


Theatro Municipal rebate irregularidades

A organização social encarregada de administrar o Theatro Municipal convocou a imprensa na manhã desta quinta (13) para responder às notificações feitas pelo Ministério do Trabalho de irregularidades na sua gestão.

No último dia 3, a entidade recebeu três autuações da pasta referentes a falta de registro trabalhista de músicos desligados dos corais, discriminação na não renovação desses contratos e ausência de registro da organização social no ministério.

José Luiz Herencia, que dirige a Fundação Theatro Municipal, disse que respondeu às notificações do Ministério do Trabalho dentro do prazo.

Quinze cantores do Coral Paulistano e do Coro Lírico do Municipal foram desligados em outubro. Segundo o Sindicato dos Músicos do Estado de São Paulo, alguns deles foram cortados em virtude de idade ou deficiência física. A organização nega.

DEDICAÇÃO

"Exigimos dedicação e que os artistas tenham o Municipal como centro de suas atividades. Alguns não tinham e isso gerou uma resistência", disse Herencia, ao lado de Martinho Lutero Galati de Oliveira, diretor artístico do Coral Paulistano, e Bruno Greco Facio, regente do Coro Lírico.

Herencia apresentou dados do número de cantores com mais de 50 anos em ambos os coros (36% no Coro Lírico e 20% no Coral Paulistano) para afirmar que o Theatro não tem qualquer preconceito relativo a idade. "Não houve nenhum desligamento que não tenha sido por critérios artísticos", disse ele.

O diretor também negou que uma das cantoras tenha sido dispensada por ser deficiente física. "Ela jamais se posicionou como portadora de necessidades especiais. Entregou atestado médico dizendo ser totalmente apta."

Para Greco Facio, do Coro Lírico, os desligamentos foram "naturais". "Os músicos não atendiam aos requisitos para a performance que o Theatro Municipal exige."

Em relação à falta de registro da organização social no Ministério do Trabalho, " nós a sanamos assim que fomos notificados", disse Herencia.

Até 2011, o teatro era gerido pela Secretaria Municipal de Cultura. Depois, passou à fundação (que responde à prefeitura), que o administra sob regime de organização social, o que flexibiliza contratações e repasses de verbas.

Ao todo, 108 funcionários da Orquestra Sinfônica e do Quarteto de Cordas que antes eram temporários foram contratados sob a nova gestão. A fundação diz que pretende contratar outros 146 artistas dos corais e do balé em 2015.


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