Folha de S. Paulo


Veja repercussão da morte do poeta Ivan Junqueira

O jornalista, poeta, tradutor e crítico literário Ivan Junqueira morreu nesta quinta-feira (3), aos 79 anos, no Rio de Janeiro. Ele teve uma insuficiência respiratória e estava internado há mais de um mês no Rio.

Junqueira era membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) desde março de 2000, quando passou a ocupar a cadeira nº 37, antes pertencente ao poeta João Cabral de Melo Neto (1920-1999).

Veja a repercussão de sua morte:

"Acadêmico exemplar, Ivan engrandeceu a Casa à qual serviu durante 14 anos com exação, competência e dedicação. Grande poeta, mestre indiscutível nas artes do ensaio crítico e da tradução literária, Ivan deixa um legado que enriquece a nossa tradição e a história literária do Brasil.", GERALDO HOLANDA CAVALCANTI, presidente da ABL, em nota.

"É com pesar que recebemos a notícia do falecimento de Ivan Junqueira. Sua admirável dedicação às letras, seja como escritor, ensaísta, tradutor, editor, crítico literário e membro da Academia Brasileira de Letras deixa grande contribuição para a cultura brasileira. Nossos sentimentos à família, amigos e leitores de Ivan.", MARTA SUPLICY, ministra da Cultura, em nota.

"O Ivan representava nesse momento a grande poesia culta no Brasil. Além disso, traduziu Baudelaire, Eliot, Dylan Thomas. Ficará para sempre na história da literatura brasileira em dois tronos: o de grande poeta e de grande tradutor. A Academia perde muito", IVO BARROSO, escritor, poeta e tradutor.

"Estou muito comovido com a morte de Ivan, meu amigo de mais de vinte anos e poeta de bom gosto insuperável. Vou sempre reler sua obra com muito prazer, não só pela qualidade da poesia, mas também pela qualidade humana do autor", ALBERTO DA COSTA E SILVA, escritor, diplomata e historiador.

"A morte de Ivan desfalca a Academia de uma grande presença intelectual e de uma voz poética muito intensa. Era uma pessoa muito interessante no trato pessoal, e sempre fazia observações pertinentes sobre o que chamamos de a República das Letras", CELSO LAFER, jurista e ex-Ministro das Relações Exteriores.

"É uma perda terrível. Era uma grande escritor e uma grande figura humana. Teremos o grande prazer de publicar seus dois últimos livros. Ele estava muito feliz com esses trabalhos, mas particularmente triste com a saúde. Ele dizia que estava vivendo seus últimos dias", PAULO ROCCO, editor.

"Foi um grande poeta da literatura brasileira. A dicção da poesia dele era muito rica, reflexo de um diálogo profundo com os autores brasileiros e os clássicos universais", MARCO LUCCHESI, escritor.

"Ivan foi um intelectual completo, com muita consciência crítica. Deve ser lembrado como um homem de bem, que ria sempre e era muito afetuoso", NÉLIDA PIÑON, escritora e imortal da Academia Brasileira de Letras.

"Ivan foi um belo poeta e tradutor e um excelente presidente da Academia. O ar sério escondia um grande senso de humor.", JOSÉ MURILO DE CARVALHO, historiador e imortal da Academia Brasileira de Letras.

"A Academia e a literatura brasileira como um todo perdem um grande nome. Não é retórica, é simplesmente uma visão de sua obra. Ivan conhecia o segredo da palavra justa, da exatidão dos termos. Era um atento utilizador das riquezas da língua portuguesa.", EVANILDO BECHARA, imortal da Academia Brasileira de Letras.

"Ivan traduzia como um verdadeiro poeta. Tinha muito interesse pelo novo, e gostava de estimular colegas mais jovens.", MARCOS VILAÇA, imortal da Academia Brasileira de Letras.

"A morte de Ivan é uma grande perda para nós [colegas da ABL], para a família, e principalmente para a poesia brasileira. Foi um homem de muita cultura.", ROSISKA DARCY DE OLIVEIRA, imortal da Academia Brasileira de Letras.

Ana Carolina Fernandes - 6.nov.2003/Folhapress
O poeta Ivan Junqueira, em sua residência no Rio de Janeiro, em foto de 2003
O poeta Ivan Junqueira, em sua residência no Rio de Janeiro, em foto de 2003

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