Folha de S. Paulo


Savages faz ativismo feminista na tarde do Lollapalooza

Pela primeira vez no Brasil, o quarteto inglês Savages trouxe à tarde deste domingo (6), no festival Lollapalooza, um show marcado por hits com letras "girl power".

Formado só por garotas, o grupo tem à frente a vocalista francesa Jehnny Beth, que mostrou voz potente e presença magnética ao gritar suas críticas contra a opressão feminina. O repertório foi baseado no disco "Silence Yourself", lançado em maio do ano passado, o primeiro da carreira do grupo.

Disputando público com a banda indie americana Vampire Weekend, que começou a tocar pouco depois no palco Skol, o Savages saiu desfavorecido no palco Interlagos. Reuniu menos gente do que a potência do seu som pós-punk mereceria.

Apesar de aplausos calorosos ao final de canções como "Hit Me", "She Will" e "Husbands", a plateia foi morna durante a execução das músicas. Em contraste, no palco, as garotas suavam, tocando rapida e quase pausadamente, com o sol direto no rosto.

"Vocês querem mais animação? Precisam se animar mais para que eu me anime também", chegou a pedir Jehnny na metade do show, sem muito resultado.

A apresentação terminou com duas pedradas feministas, "Hit Me" e "Fuckers". Dançando pelo palco enquanto chutava o ar com seus sapatos rosa-choque de salto alto, Jehnny provocava um opressor imaginário cantarolando: "Você deveria me pôr de joelhos e me tratar como um cachorrinho sujo", disse antes de começar "Hit Me".

Para não deixar dúvidas quanto à mensagem, fez questão de anunciar em português e inglês o significado de "Fuckers", canção que encerrou uma hora de show. "Se chama 'Fuckers', filhos da puta", traduziu. "Então, garotas, não deixem os filhos da puta te derrubarem." Ao longe, uma voz masculina na plateia respondeu com um "fuck you".


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