Folha de S. Paulo


Tocar no Brasil é sonho de infância, diz vocalista do Imagine Dragons

Para Dan Reynolds, vocalista da banda americana de rock Imagine Dragons, estar no Brasil é, de fato, um sonho antigo.

Para além dos clichês que os artistas estrangeiros costumam evocar —praia, futebol, calor, mulheres—, Reynolds há tempos deseja visitar o país em função das histórias contadas por seu pai, que morou por aqui durante dois anos quando jovem.

Segundo o cantor e compositor, a música brasileira que aprendeu a escutar em casa influenciou inclusive a faixa "On Top of the World", do álbum de estreia, "Night Visions" (2012). Entre os vários tipos de percussão que usam ao vivo, como tambores japoneses, há também instrumentos brasileiros.

Adriano Vizoni/Folhapress
Os músicos americanos Ben McKee (baixista), Dan Reynolds (vocalista), Daniel Platzman (baterista) e Wayne Sermon (guitarrista), da banda Imagine Dragons, durante entrevista em São Paulo
Os músicos americanos Ben McKee (baixista), Dan Reynolds (vocalista), Daniel Platzman (baterista) e Wayne Sermon (guitarrista), da banda Imagine Dragons, durante entrevista em São Paulo

Após show no Rio na noite da última quinta-feira (3), o quarteto toca neste sábado (5) no festival Lollapalooza, em São Paulo. A apresentação está marcada para as 17h15.

"Queria que os Estados Unidos soubessem ser receptivos como vocês são", disse Reynolds durante encontro com jornalistas na tarde desta sexta-feira em São Paulo.

"Acho que vamos perder nossos passaportes na floresta ou na praia para poder ficar mais uns dias", fez graça o baterista Daniel Platzman, o piadista do grupo. Completam a banda o guitarrista Wayne Sermon e o baixista Ben McKee.

No Lollapalooza, além dos hits que colocaram a banda no topo das paradas em diversos países no último ano, como "Radioactive" e "Demons", o público pode esperar ouvir covers de Rush ("Tom Sawyer") e Blur ("Song 2").

"Quando tocávamos em hotéis de Las Vegas [cidade de origem do grupo], nosso repertório era metade de covers e metade de canções nossas. Isso faz parte da nossa história", diz Reynolds. "'Tom Sawyer' é uma música muito difícil de tocar. Resolvemos nos desafiar."

Para o vocalista, o espírito da cidade, célebre por sua vida noturna e por seus excessos, influencia o estilo do grupo, que procura peso e força nas canções.

'LOSERS'

Embora ainda não haja uma data definida para lançamento, a banda já está reunindo composições para um novo disco e deve entrar em estúdio em breve. "Nós não paramos de compor, mesmo em turnê, porque somos 'losers' [perdedores, em português]", brinca Platzman.

"Às sextas e aos sábados à noite, lá estamos nós, nas nossas camas, ensaiando também", ri McKee, baixista do grupo.

De pouca farra e muita disciplina, os "losers", no entanto, superaram veteranos no último Grammy ao vencer o prêmio de melhor performance de rock por "Radioactive". Concorriam na categoria David Bowie, Led Zeppelin, Queens Of The Stone Age, Jack White e Alamaba Shakes.

Josh Homme, vocalista do Queens of the Stone Age, não ficou feliz com o resultado. Dias depois da derrota, durante show nos Estados Unidos, soltou ao microfone um "fuck Imagine Dragons" (foda-se o Imagine Dragons). Segundo a banda, depois, Homme ligou e pediu desculpas.

"Ter um Grammy é ótimo, mas isso não define se uma banda é boa ou ruim, porque há muitas bandas boas que nunca receberam um", diz Reynolds, para quem a briga é página virada.


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