Folha de S. Paulo


Novas obras do 'tesouro nazista' são ainda mais valiosas, diz advogado

Quadros de Renoir, Monet e outros impressionistas estão entre as 60 obras de arte encontradas na casa do alemão Cornelius Gurlitt, 80, em Salzburg, na Áustria, segundo disse seu advogado à "BBC".

O nome de Gurlitt veio à tona no ano passado quando cerca de 1.400 quadros, entre eles obras de Picasso, Otto Dix e Matisse, foram encontradas em sua casa em Munique.

Na última segunda (10), outros 60 quadros foram encontrados, desta vez em uma casa de Gurlitt na Áustria. advogado Christoph Edel, que atua como supervisor de Gurlitt, havia arranjado para que os trabalhos estivessem seguros contra invasões ou roubos.

"São trabalhos muito proeminentes", disse Hartung. "Há uma cena maravilhosa do Sena, de Pissarro, uma ponte maravilhosa de Monet e um veleiro de Manet".

"Há também muitos outros trabalhos de Renoir e de Lievermann. Em geral, são peças artisticamente extraordinárias, que têm mais importância que a coleção de Schwabing [distrito de Munique]".

Nenhuma decisão foi tomada ainda quanto a publicação de fotos das obras recém-descobertas.

Grupos judaicos exigem que uma lista dos quadros seja divulgada, para permitir a identificação de pinturas que tenham sido roubado ou extorquidas de famílias judias durante a perseguição nazista.

AFP
A casa do alemão Cornelius Gurlitt em Salzburg, Áustria
A casa do alemão Cornelius Gurlitt em Salzburg, Áustria

HISTÓRICO

O pai de Gurlitt foi um comerciante de arte que recebeu dos nazistas a missão de vender obras confiscadas, saqueadas ou extorquidas, para obter divisas.

Apesar de ter vendido a maior parte, ele se apropriou de um bom número delas. As autoridades alemãs acreditavam que muitas estavam perdidas ou haviam sido destruídas, mas elas foram encontradas na casa de Gurlitt durante uma investigação, em fevereiro de 2012.

A história foi publicada pela primeira vez na revista "Focus", em novembro do ano passado, o que causou indignação pelo fato de as autoridades terem escondido a descoberta por quase dois anos.

Desde então, várias famílias judaicas e museus já reclamaram parte das obras, roubadas há mais de 60 anos.

Uma lista com nomes dos quadros foi publicada no site lostart.de, para que sejam reconhecidos por possíveis donos.


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