Folha de S. Paulo


Festival de curtas de direitos humanos ocupa bibliotecas e escolas em São Paulo

A partir de hoje, o festival de curtas-metragens de direitos humanos Entretodos exibe curtas brasileiros e estrangeiros em 40 pontos da cidade de São Paulo.

A sexta edição do Entretodos, que vai até sexta, 13, exibe esse ano 38 filmes divididos entre seis programas temáticos, sendo cinco deles competitivos e um outro de curtas infantis.

As exibições acontecem em bibliotecas municipais, centros culturais, CEUs e na aldeia indígena Tenondé Porã, na zona sul da capital paulista.

O festival ainda premia os melhores filmes escolhidos pelo público e pelo júri, composto por professores, pesquisadores e cineastas, como Tata Amaral ("Hoje") e Michael Wahrmann ("Avanti Popolo").

"Filmes de qualquer formato e origem podiam se inscrever", conta o curador do festival, Jorge Grinspum. "Escolhemos os filmes que tivessem linguagem inovadora, poder de crítica, engajamento, humor e pela pertinência dos debates e imagens propostos."

São filmes que tratam de temas ligados aos direitos humanos, como as relações entre portadores do vírus HIV, imigração e uso de drogas por moradores de rua. Há ainda um curta americano sobre o conflito na Síria "Not Anymore: A Story of Revolution", de Matthew VanDyke, e curtas da Rússia, Itália, Alemanha e outros países.

Entre os brasileiros, destacam-se o "Quilombo da Família Silva", sobre o quilombo urbano de Porto Alegre e o "Proibido de Falar Italiano", que narra, em uma mistura de ficção e documentário, a história de Agnolino Capobanda, de 90 anos, descendente de imigrantes que foi perseguido e preso durante o Estado Novo por falar italiano.

Há ainda o curta "Funeral à Cigana", de Fernando Honesko, uma comédia sobre uma família cigana que transporta o corpo de um de seus membros em um caminhão para o enterro em outra cidade. O curta foi filmado com atores não profissionais de uma comunidade de ciganos da Grande São Paulo.

Na quinta-feira, dia 12, no Matilha Cultural (r. Rêgo Freitas, 542; tel. 0/xx/11/3256-2636), às 20h, o festival exibe o longa "Avanti Popolo", que tem no elenco Carlos Reichenbach, morto em junho de 2012. Após a exibição do filme, que ganhou o prêmio de melhor direção no Festival de Brasília deste ano, haverá um debate com o diretor Michael Wahrmann.

"Meu filme conta a historia de uma difícil relação entre um pai e um filho em função do desaparecimento do outro filho em tempos de ditadura militar. A questão do trauma, da espera do desaparecido que nunca acaba, as ideologias e o fim das mesmas, a comissão da verdade têm uma relação clara com o tema do festival", diz o diretor, que também faz parte do júri.

Veja a programação completa em: entretodos.com.br


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