Folha de S. Paulo


Bilionário chinês anuncia a construção do maior estúdio de cinema do mundo

O homem mais rico da China, Wang Jianlin, anunciou num evento realizado no domingo (22), na cidade de Qingdao, a construção de seu estúdio de cinema, que vem sendo considerado o "mais caro do mundo".

Com previsão de inauguração em 2017, a Metrópolis de Cinema Oriental de Qingdao terá mais de 5 km² e contará com um estúdio para filmagem subaquática, uma exposição permanente de automóveis, sete hotéis, um parque de diversões, 20 estúdios de som e um hospital.

Celebridades de Hollywood, como Leonardo DiCaprio, John Travolta, Nicole Kidman, Catherine Zeta Jones, Jet Li e Ewan McGregor viajaram à China neste final de semana para assistirem ao discurso de Wang.

Jason Lee/Reuters
Ator americano John Travolta participa de evento na China, no lançamento do maior estúdio de cinema do mundo
Ator americano John Travolta participa de evento na China, no lançamento do maior estúdio de cinema do mundo

Empresário de 58 anos, o bilionário Wang afirmou que esse é o maior investimento na indústria cinematográfica em todos os tempos e que pretende "fazer história" com o projeto. A estimativa é que as instalações custem mais de US$ 4,8 bilhões (R$ 10,5 bilhões).

CENSURA E BUROCRACIA

O estúdio de Wang terá a dura missão de erguer o cinema chinês, que sofre com a burocracia e com a censura do governo local. Embora coproduções entre Hollywood e os chineses tenham se tornado comuns nos últimos anos, poucas delas alcançaram expressão no mercado internacional.

O governo da China tem investido bilhões em subsídios para as artes locais, na esperança de que elas possam ajudar a melhorar a imagem chinesa perante o Ocidente. De 2002 para cá, por exemplo, a indústria de cinema no país aumentou em dez vezes, com uma média de nove cinemas sendo abertos por dia. Os dados são da agência de notícias oficial Xinhua.

Atualmente, o mercado de cinema da China é o segundo maior do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Otimista, Wang afirmou que os chineses ultrapassarão os americanos até 2018.

No entanto, críticos de cinema ao redor do mundo estão céticos quanto à produção cinematográfica da China pela falta de liberdade criativa dos cineastas locais.

Feng Xiaogang, diretor considerado o "Spielberg chinês", abordou o tema em abril, ao aceitar o prêmio de diretor do ano de seu país, dado pelo sindicato da categoria. Em seu discurso, Feng afirmou que, às vezes, quando recebe uma ordem da censura, "é tão ridículo que não sabemos se devemos rir ou chorar". O vídeo contendo a declaração dele circulou na internet, mas foi rapidamente removido pelos censores locais.


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