Folha de S. Paulo


Mau tempo e Ano-Novo judaico atrapalham vendas no primeiro dia da ArtRio

Nuvens negras e tempestades que fecharam o aeroporto Santos Dumont na manhã desta quarta (4/9) dificultaram a chegada de boa parte dos VIPs aguardados para o primeiro dia de vendas da feira ArtRio nesta quarta-feira (4).

Na avaliação de galeristas, também contribuiu para azedar a abertura o fato de hoje ser o primeiro dia de comemorações do Rosh Hashaná, o Ano-Novo judaico.

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Embora vendas na feira carioca costumem seguir um ritmo mais lento que suas concorrentes estrangeiras, como a Frieze, em Londres, e a Art Basel, em Basileia, galeristas reclamaram de lentidão nas vendas e dos armazéns vazios na zona portuária do Rio, onde acontece a feira.

"Não está tão forte quanto no ano passado", diz Marcia Fortes, da Fortes Vilaça. "Não ajudaram em nada a alta do dólar e o feriado judaico."

Mesmo assim, Fortes conseguiu vender nas primeiras horas da feira obras de Marina Rheingantz, Jac Leirner, Leda Catunda, Sarah Morris e Luiz Zerbini.

Foi longe do que aconteceu com a David Zwirner, a galeria nova-iorquina vizinha da casa paulistana num dos galpões da ArtRio. Hanna Schouwink, diretora de vendas da casa norte-americana, disse que só uma venda tinha sido feita até o fim do primeiro dia --uma escultura de Dan Flavin que saiu por "menos de US$ 1 milhão".

Embora a galeria não confirme vendas, a Gagosian, ao que tudo indica, não vendeu ainda uma tela de Fernand Léger de US$ 4,5 milhões e um autorretrato de Pablo Picasso com etiqueta de US$ 3 milhões.

"O dia não acabou ainda", disse Victoria Gelfand-Magalhães, da Gagosian, à Folha, às 19h30 desta quarta. "Mas o ritmo está mais devagar do que o de costume. Não tem aquele furor de Basileia ou Miami."

Atrás da Gagosian, a White Cube, galeria britânica que também tem sede em São Paulo, não reclamou das vendas. Karla Meneghel, diretora da sede paulistana da casa, confirmou vendas de obras de Tracey Emin e Sarah Morris.

BRASILEIROS

Entre os brasileiros, as obras mais caras da feira, uma tela de Lygia Clark de R$ 7,7 milhões e duas obras de Sergio Camargo que rondam os R$ 4,8 milhões também não encontraram compradores.

Luisa Strina, que levou obras de contemporâneos como Cildo Meireles, Renata Lucas e Fernanda Gomes à feira, também não disse ter realizado vendas nas primeiras horas da feira.


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