Folha de S. Paulo


Festival de Dança de Joinville favorece troca entre estudantes e profissionais

Para além da rigorosa mostra competitiva, a troca de conhecimento e o aprendizado da dança em si são pontos que atraem estudantes e profissionais de todo o Brasil ao Festival de Dança de Joinville. Seminários, cursos, oficinas e apresentações compõem a grade de onze dias de programação, que termina no dia 27.

Pelos corredores e coxias, é possível ver profissionais de diferentes estados trocando ideias. A professora Ellen Lunardelli, de Ponta Grossa (Paraná), participou do curso de iluminação cênica, ministrado por André Boll. "O curso mudou o meu olhar para analisar a luz em cena. Estudamos todos os tipos de foco, desde os mais complexos até o efeito de luzinhas de Natal", conta ela.

Julia Grassato, coordenadora do Centro de Dança de Resende (RJ), trouxe um grupo de alunos para participar da mostra de danças urbanas. "O nível foi muito bom e equilibrado. Fiquei feliz também ao ver a quantidade cada vez maior de meninas dançando hip hop", diz. A modalidade vem crescendo em todo o Brasil, inclusive com um evento de peso, o Festival Internacional de Hip Hop, que ocorre há 12 anos em Curitiba.

Como espaço de reflexão, os seminários têm neste ano como tema a dança clássica e suas extensões. No debate de domingo (21), falou-se ainda sobre as dificuldades do mercado de trabalho para professores e bailarinos, com a presença de Iracity Cardoso, diretora do Balé da Cidade de São Paulo, e Fabiano Carneiro, Coordenador de Dança da Funarte (Fundação Nacional de Artes), entre outros.

Na sétima edição dos seminários, também foi lançado o livro "E Por Falar em Corpo Performático", referente aos debates realizados em 2012.

RUMO AO FUTURO

Ainda no domingo, estudantes travavam disputa nas categorias balé clássico (solos masculinos, femininos, duos e conjuntos) e danças populares (solo feminino e conjunto). Na primeira, uma das mais esperadas, destacaram-se os alunos do Centro Cultural Gustav Ritter, de Goiânia. Pelo menos dois deles já mostram qualidades de profissionais, embora ainda não formados.

Marcos Vinícius de Souza Silva, 16, faz aulas de segunda a segunda, seis horas por dia. "Pretendo um dia trabalhar em uma companhia importante, como o San Francisco Ballet", fala. Adhonay Silva, 15, com rotina semelhante e de malas prontas para o Ballet de Stuttgart, onde vai terminar os estudos, pretende chegar a primeiro bailarino.

Começou também a Mostra Contemporânea de Dança, que contará com cinco companhias --eram seis no total, mas o grupo argentino Luiz Garay cancelou a presença em cima da hora. São elas, o Ballet Jovem Palácio das Artes (MG), a Cia. Municipal de Dança de Caxias do Sul (RS), Denise Stutz (RJ), Luis Arrieta (SP) e Micheline Torres (RJ).


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