Após a publicação de uma coluna na edição desta terça-feira (14) do jornal "The New York Times" em que revelou ter feito uma mastectomia dupla para evitar câncer de mama, a atriz Angelina Jolie se tornou tema de discussão em colunas de diversas publicações internacionais.
Angelina Jolie retira os seios para evitar câncer
Famosos comentam decisão de Angelina Jolie de retirar seios para evitar câncer
Rita Lee, Christina Applegate e Sharon Osbourne também fizeram mastectomia
No artigo, Jolie escreveu que a operação lhe permite afirmar com mais certeza aos seus seis filhos que ela não irá morrer jovem por causa da doença, como aconteceu com sua mãe, vitimada por um câncer aos 56 anos.
Angelina Jolie em sites e jornais
"Sempre falamos da 'mamãe da mamãe', e eu me vejo tentando explicar a doença que a levou de nós. Eles perguntaram se o mesmo pode me acontecer", escreveu Jolie. "Eu sempre disse a eles para não se preocuparem, mas a verdade é que carrego um gene 'defeituoso'."
A atriz disse que seus médicos estimaram em 87% o risco de ela desenvolver câncer de mama, e em 50% o risco de câncer de ovário.
"Ao tornar pública sua decisão, Jolie prestou um serviço público a uma legião de mulheres de todo o mundo. Ela corajosamente informou que mulheres com histórico de câncer na família precisam. Para uma mulher com uma carreira focada na aparência, Jolie deu apoio para que outras possam tomar a mesma decisão", segue o artigo da CNN assinado pelo professor de bioética da Universidade de Nova York Arthur Caplan.
No jornal britânico "The Guardian", a colunista Hadley Freeman escreveu que o anúncio de Jolie vai além de uma simples decisão médica. "Para uma jovem e bela atriz anunciar que teve seus seios retirados é, considerando-se as preocupações com a carreira, algo como um galã do cinema dizer que é homossexual. Ultimamente, Jolie pôs em jogo não apenas sua imagem pública, mas também ousou desafiar os clichês sociais que ditam o que faz uma mulher ser sensual e como uma mulher considerada bonita fala a respeito do próprio corpo."
O jornal "The New York Times", publicação em que Jolie escreveu o artigo, disse que o depoimento da atriz ajudou a iluminar um problema sério para as mulheres, mas lembrou que o gene da atriz, que aumenta o risco de doença, é incomum. "A maioria das mulheres com câncer de mama não tem mutações no gene chamado BRCA 1. Mas as mulheres que têm essa mutação genética, podem tomar a decisão de remover os seios a partir do depoimento da atriz."
Para o britânico "Independent", "a coluna de Jolie lança luz em uma forma de prevenção ao câncer de mama e inspirou milhões de mulheres".
No site da "NPR", o oncologista da Universidade de Minessota, nos Estados Unidos, Todd Tuttle ponderou que as pacientes precisam considerar os riscos de uma mastectomia antes de tomar a mesma decisão de Angelina Jolie. "Nós recebemos mulheres com câncer que subestimam os riscos da mastectomia. Há um certo exagero nessa decisão."
O diário espanhol "El País" lembrou em seu site da importância do diagnóstico preventivo e que a detecção da doença se dá a partir de consultas regulares ao oncologista, quando se elabora o histório clínico da paciente.