Folha de S. Paulo


Exposição em Londres reúne registros de Pompeia

A natureza não deu aviso. Por volta do meio-dia de 24 de agosto do ano 79 d.C., o Vesúvio, um gigante adormecido na região de Nápoles, no sul da Itália, entrou em erupção, surpreendendo os habitantes de Pompeia e Herculano.

Em apenas 12 horas, a mistura de gases tóxicos, superaquecimento e lava dizimou a população das duas cidades. A tragédia matou ao menos 15 mil pessoas, mas também ajudou a preservar para a história um retrato único sobre a vida na Roma Antiga.

Os registros desse cotidiano, soterrados sob a lama vulcânica até o século 18, são o foco de uma megaexposição que ficará em cartaz até o fim de setembro no British Museum, em Londres.

A mostra reúne móveis, obras de arte e utensílios domésticos recuperados por gerações de arqueólogos, que ainda se espantam com novas descobertas. Uma das mais recentes, uma escultura de sátiros em mármore, foi encontrada há quatro anos.

A exposição oferece uma experiência diferente de uma viagem a Pompeia, onde se vive a sensação de caminhar numa cidade fantasma.

Com o acervo entre as quatro paredes do museu, os olhos se voltam para o que sobrou da vida das famílias. Os afrescos que decoravam as casas revelam uma civilização que herdou dos gregos o culto a deuses como Vênus e Dionísio, associados ao amor, à fertilidade e ao prazer.

A morte, claro, também está presente. Entre os itens mais impactantes está um berço de madeira quase intacto, embora carbonizado pela lava. Uma placa informa que ele foi encontrado com os restos mortais de um bebê.

Os famosos corpos de Pompeia, preservados com gesso após a morte a 300ºC, ficaram para o fim da exposição. Lá estão uma mulher deitada, um homem encolhido e um casal com duas crianças. Todos imobilizados para sempre pela fúria do vulcão.


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