Folha de S. Paulo


The Cure compensa espera dos fãs tocando 40 músicas em show no Rio

Dezessete anos depois de sua última apresentação no Brasil, o quinteto britânico The Cure mostrou na noite de quinta (4), no Rio, que sabe compensar a paciência dos fãs: em mais um de seus longuíssimos shows, Robert Smith e sua trupe tocaram 40 músicas em três horas e 15 minutos de apresentação.

O repertório cobriu as mais de três décadas de carreira da banda, com destaque para os álbuns "Disintegration" (1989) e "Wish" (1992), cada um dos quais com sete canções executadas.

Sucessos radiofônicos como "Boys Don't Cry", "Close to Me" e "Friday I'm in Love" foram os mais cantados pelo público de 8.750 pessoas (segundo os produtores), que não chegou a encher a HSBC Arena, na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio). A área VIP, à frente do palco, tinha celebridades como os atores Wagner Moura e Luana Piovani, a cantora Teresa Cristina e os músicos Dado Villa-Lobos e Falcão (do Rappa).

A banda abriu a noite às 22h05 (com 35 minutos de atraso) com a apropriada "Open". "Obrigado, olá, mais uma vez", disse Smith, saudando brevemente o público.

O show começou a ganhar ritmo quando Smith pegou o violão para uma dobradinha vencedora: "In Between Days" e "Just Like Heaven", as primeiras a ganhar um coro audível da plateia.

Nos telões, vídeos variados acompanhavam as canções, executadas, na maior parte, com mais competência do que empolgação pela banda --Simon Gallup no baixo, Roger O'Donell nos teclados, Jason Cooper na bateria e Reeves Gabrels na guitarra.

"Foi um tempo muito grande entre os shows", disse Smith, referindo-se aos 17 anos que se passaram desde a última vinda do quinteto britânico ao país.

Suas interações com a plateia foram poucas, mas bem-humoradas, como depois de mandar um "obrigado" em português: "É tudo que eu sei dizer. Tive 17 malditos anos para aprender português, aprendi? Não. Se serve de consolo, estou me esquecendo do inglês também."

Depois de mais de duas horas de show, nas quais apareceram canções benquistas pelos fãs como "Lullaby", "A Forest" e "The Walk", a banda deixou o palco pela primeira vez, voltando para um bis lento, só com músicas do "Disintegration": além da faixa-título, "Plainsong" e "Prayers for Rain".

O segundo bis seria bem mais agitado, com as populares "The Lovecats", "Close to Me" e "Boys Don't Cry", além de um encerramento que remeteu ao início da banda, em sua fase pós-punk, com "10:15 Saturday Night" e "Killing an Arab".

"Obrigado, nos vemos de novo daqui a 17 anos", disse Smith, despedindo-se de seus fãs com o típico humor inglês.

Confira abaixo o set list do show:

"Open"
"High"
"The End of the World"
"Lovesong"
"Push"
"In Between Days"
"Just Like Heaven"
"From the Edge of the Deep Green Sea"
"Pictures of You"
"Lullaby"
"Fascination Street"
"Sleep When I'm Dead"
"Play for Today"
"A Forest"
"Bananafishbones"
"Shake Dog Shake"
"Charlotte Sometimes"
"The Walk"
"Mint Car"
"Friday I'm in Love"
"Doing the Unstuck"
"Trust"
"Want"
"The Hungry Ghost"
"Wrong Number"
"One Hundred Years"
"End"

Bis 1
"Plainsong"
"Prayers for Rain"
"Disintegration"

Bis 2
"Dressing Up"
"The Lovecats"
"The Caterpillar"
"Close to Me"
"Hot Hot Hot !!!"
"Let's Go to Bed"
"Why Can't I Be You?"
"Boys Don't Cry"
"10:15 Saturday Night"
"Killing an Arab"


Endereço da página: