Folha de S. Paulo


Irã protesta contra prêmio do Festival de Berlim concedido a cineasta dissidente

Autoridades do Irã protestaram na última segunda-feira (18) contra o prêmio atribuído pelo Festival de Cinema de Berlim ao cineasta dissidente Jafar Panahi, que recebeu o Urso de Prata de melhor roteiro por seu filme, "Pardé".

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O diretor de cinema iraniano, que cumpre prisão domiciliar, filmou o longa ilegalmente, com ajuda do amigo Kamboziya Partovi, para mostrar como vive em seu dia a dia.

"Protestamos junto aos organizadores do festival de cinema de Berlim", declarou o vice-ministro da Cultura Javad Shamaqdari, citado pela agência de notícias Isna.

"Todo mundo sabe que fazer um filme e enviá-lo ao exterior exige uma autorização", acrescentou o vice-ministro.

"Rodar tais filmes é ilegal, mas até agora a República Islâmica demonstrou ter paciência", emendou.

Panahi, detido quando tentava gravar um documentário sobre as manifestações de protesto suscitadas pela polêmica reeleição do presidente Mahmud Ahmadinejad em 2009, foi proibido de fazer filmes por 20 anos.

Ele também foi condenado a seis anos de prisão, pena que cumpre em casa.

Divulgação
O cineasta iraniano Jafar Panahi, que recebeu o Urso de Prata do Festival de Berlim, apesar de cumprir prisão domiciliar em seu país
O cineasta iraniano Jafar Panahi, premiado no Festival de Berlim, apesar de cumprir prisão domiciliar em seu país

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