"Minha matéria favorita na escola é educação física", faz questão de dizer Jibran Corominas Hsieh, 8. Mas foi depois de uma aula de literatura que o garoto decidiu realizar seu primeiro projeto: escrever um livro.
Jibran, que é fã de quadrinhos e se orgulha de ter devorado um gibi sobre o Neymar em apenas duas horas, levou uma folha sulfite e um lápis até seu pai, o empresário Fauze Jibran Hsieh, e disse que queria criar a sua própria história.
Os dois acabaram colocando no papel as aventuras de três dragões e três porquinhos vilões, inspirados na própria família.
Os dragões vêm de países diferentes: Líbano, China e Catalunha, as origens do bisavô e dos dois avôs do menino. "Meu pai sempre conta histórias sobre eles", afirma Jibran.
Já os porquinhos remetem a seus irmãos Duda, 10, e Ramon, 5. Na história, enquanto um dos personagens só sabe colocar o dedo no nariz, outro nunca escova os dentes e o terceiro come porcarias o dia todo.
O projeto de Jibran acabou mudando a rotina de alguns de seus colegas. No lançamento de "Dragões do Mundo", em dezembro do ano passado, alguns pais disseram que seus filhos nunca haviam lido um livro antes, e que acabaram gostando da história do garoto.
"Depois de ler, meus amigos falaram que também queriam escrever um", completa o garoto.
PAI CORUJA
Os livros sempre estiveram muito presentes na vida de Fauze.
O pai, que no dia a dia toca projetos de incentivo à leitura, bancou os 1.200 exemplares impressos e promoveu dois lançamentos, um em São Paulo e outro em Brasília, onde nasceu.
Hoje o livro está disponível apenas na Casa do Livro, na capital paulista, mas Fauze quer levar os exemplares que restam a outras livrarias.
Filho de chinês, ele não recebia mesada quando era pequeno. Tinha que fazer uma resenha de cada obra que lia e entregá-la ao pai para ganhar seus trocados.
Por enquanto, Jibran não pretende seguir a carreira literária. Ele tem outros planos: "Quero ser jogador de futebol".
Colaborou JÚLIA BARBON