Folha de S. Paulo


Inspirada em livro de Erico Verissimo, animação é feita com 50 mil desenhos

Ir ao cinema para ver uma animação é, hoje em dia, repetir quase sempre o mesmo ritual: colocar óculos 3D e esperar que explosões, carros e outras parafernálias saltem da tela.

Mas no desenho brasileiro "As Aventuras do Avião Vermelho", que estreia na próxima quinta (11), nada disso acontece. Sem efeitos em três dimensões, quem parece saltar é a nossa imaginação.

"Tentamos fugir do 3D, mostrar que é possível contar histórias com outras técnicas", conta o diretor Frederico Pinto sobre a aventura, baseada em um livro infantil de mesmo nome do escritor Erico Verissimo (1905-1975).

"A ideia era ficar o mais próximo dos desenhos feitos para a obra", diz.

A trama conta como o garoto Fernandinho, mimado e sem amigos, decide cruzar o mundo em um avião miniatura, após ler um livro que ganhou de presente de seu pai. Na jornada, que passa pela África e até pela Lua, ele é acompanhado pelos brinquedos Ursinho e Chocolate. E, é claro, por uma pitada de fantasia.

NO PAPEL

A animação foi feita à moda antiga: com lápis e papel (e não apenas com computadores, como é costume atualmente). Cada segundo de filme é composto por 12 desenhos, que depois são colocados em sequência para dar a ideia de movimento. No fim, mais de 50 mil ilustrações foram feitas para a produção!

Mas nem tudo é como no passado. Como a história original foi escrita em 1936, algumas adaptações precisaram ser feitas. "Colocamos computadores e videogames, por exemplo. A visão de mundo da época do Erico era diferente da de hoje", diz o diretor.

O que não muda é o gosto por aventuras. Seja em 1936 ou em 2014.


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