Folha de S. Paulo


O Natal é uma data consumista? Veja a opinião de crianças

É só chegar a época de Natal que as lojas de brinquedos ficam cheias de crianças ansiosas para escolher seus presentes.

"Natal e aniversário são os melhores dias, porque ganho brinquedos. Gosto de ver a família e adoro os presentes", diz Mateus Matuck, 8, que pediu um Xbox One ou um Playstation 4.

Julia Carvalho, 9, concorda. "Sempre ganho o que peço. No ano passado, ganhei um monte de Barbies. Neste ano, quero um tablet, porque todas as minhas amigas já têm", diz.

Mas será que Natal é uma data só para pensar em brinquedos? Para Natasha Aila de Faria, 11, não. "Tem gente que não tem casa, e no Natal não ganha nada. Só por ter a família por perto já me sinto feliz." Alec Henrique Santos, 11, diz que a família é seu presente favorito. "O presente de Natal é o carinho dos meus pais."

Raquel Cunha/Folhapress
SAO PAULO - SP - 08.12.2013 - A relação entre Natal e consumismo. A ideia é que as crianças reflitam sobre se a data é puramente comercial ou se ainda há um sentimento de reunião familiar/religiosa. Julia Carvalho, 9, é fã de bichinhos e de pelúcia e bonecas, ela pediu ao papai noel um tablet mas não sabe se ele vai trazer já que é um presente caro, enquanto isso Julia enche a cestinah de compras em uma loja de brinquedos na Vila Mariana em São Paulo (SP). (Foto: Raquel Cunha/Folhapress, FOLHINHA) ***EXCLUSIVO***
Julia Carvalho, 9, é fã de bichinhos e de pelúcia e bonecas

PROPAGANDA

Vitória Carvalho, 11, tem uma teoria sobre o corre-corre para fazer compras: é tudo culpa da propaganda. "Os comerciais são bem mais atrativos no Natal. Eles fazem a gente ter vontade de comprar."

Segundo a Confederação Nacional do Comércio, esse é o período em que as pessoas mais fazem compras. Neste ano, as lojas esperam faturar mais de R$ 31 bilhões. Quando o assunto é brinquedo, Natal e Dia da Criança correspondem a mais da metade das vendas do ano, de acordo com a Abrinq (Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos).

É tanto brinquedo que às vezes nem conseguimos curtir. "No ano passado, ganhei o Porquinho Comilão. Não gostei, hoje ele está na área de serviço", diz Gabriela Kato, 7.

Quando isso ocorre, Mariana Mucilo, 11, tem uma receita. "Roupas e presentes que não servem mais eu doo para uma instituição."


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