Folha de S. Paulo


Tony Bellotto, dos Titãs, escreve sobre livro que fala de avós e netos

"Vovô Verde", de Lane Smith, é um livro mágico.

É mágico porque consegue contar a história de um menino sem sair do mesmo jardim. E é mágico também porque o menino se transforma num velhinho sem que a gente perceba.

E chega uma hora do livro em que a gente não sabe mais quem é o neto e quem é o avô. Ou quem é o bisneto e quem é o bisavô. Os desenhos são muito bonitos, e a gente vai vendo a vida do menino, ou do velhinho, sendo contada pelas plantas do jardim.

Divulgação
Ilustração do livro
Ilustração do livro "Vovô Verde"

Quando o livro começa, falando de um menino que nasceu há muito tempo, antes dos computadores, dos celulares e da televisão, eu pensei: "Oba! Esse não é um livro para crianças, é um livro para velhos, como eu."

Mas depois percebi que a história podia ser a de qualquer outro menino, até mesmo a de um menino que já nasceu na época dos computadores e dos celulares. Então eu pensei: "Oba! Esse é um livro para crianças, vou mostrá-lo para o meu netinho".

Mas, enquanto eu lia a história para o meu netinho, que ainda não sabe ler, mas que gostou dos desenhos, eu entendi que a história de "Vovô Verde" é a história de todos os meninos, de qualquer época, pois os netinhos e os avôs sempre se encontram nos jardins, ou nos parques da imaginação, onde as coisas importantes ficam guardadas para sempre.

"VOVÔ VERDE"
AUTOR Lane Smith (tradução Érico Assis)
EDITORA Companhia das Letrinhas
PREÇO R$ 29
INDICAÇÃO a partir de 4 anos

TONY BELLOTTO, 53, é guitarrista, escritor e vovô verde


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