Problemas de acesso ao estádio e de acabamento saltaram aos olhos dos torcedores que visitaram neste domingo (9) a Arena da Amazônia, inaugurada na partida entre Nacional-AM e Remo-PA, pela Copa Verde.
Com 97% de conclusão, o estádio recebeu ontem 20 mil torcedores, menos da metade da capacidade total (43 mil). No anel inferior, único setor liberado, havia problemas de falha de acabamento, sujeira da obra e até corrimões soltos.
Um torcedor, exaltado, não teve nenhuma dificuldade para destravar um corrimão de metal de quase 2 metros no anel inferior. Policiais militares perceberam a cena e recolheram a barra de metal.
O parapeito de vidro que contorna todo o estádio também preocupou os policiais. Milhares de torcedores preferiram assistir ao jogo de pé, atrás das cadeiras, apoiados no parapeito. Durante toda a partida, a PM circulava pela arena impedindo que as pessoas se aproximassem do vidro.
O entorno do estádio foi fechado para o trânsito de veículos, que sofreram com a falta de vagas de estacionamento. Também houve reclamação com a grande concentração de torcedores que se amontoaram para, lentamente, deixarem o estádio. A maior crítica, porém, foi por conta das longas filas nos bares da arena, alguns improvisados.
Para a UGP (Unidade Gestora da Copa), a arena ainda precisa de "ajustes", mas a avaliação do primeiro jogo foi positiva.
Apesar da necessidade desses ajustes, os banheiros, por exemplo, tiveram aprovação de torcedores ouvidos pela reportagem.
LEGADO
O governador Omar Aziz (PSD) irritou-se ao ser questionado sobre o futuro da Arena da Amazônia, cuja manutenção mensal custará cerca de R$ 500 mil. O governo do Estado ainda não sabe quem administrará o novo estádio.
"[O legado] é problema nosso, não é de vocês [da imprensa]. É problema do povo amazonense, não é teu, não é da imprensa do sul. É nosso o problema. Deixa com a gente", disse o governador a um grupo de jornalistas, incluindo o da Folha.
"Se tivemos competência para construir uma arena desse porte, a um preço muito mais barato que outras arenas, teremos competência também de dar um legado".